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O deputado José Mentor (PT-SP) divulgou nota no início da noite desta terça-feira contestando as denúncias do doleiro Richard Andrew de Mol van Oterloo de que teria dado R$ 300 mil ao deputado para não ter seu nome incluído no texto final da CPI do Banestado, da qual o petista era relator. Mentor diz que a acusação é absurda e nega ter protegido quem quer que seja na CPI.

"Não protegi absolutamente ninguém na CPI do Banestado e em nenhuma outra circunstância. Nunca, em hipótese alguma, recebi qualquer valor pelos trabalhos realizados na CPI ou em qualquer outra ocasião. Refuto categoricamente a acusação, frisando que se trata de um absurdo", diz a nota.

Mentor afirma que a CPI investigou os doleiros em conjunto com a Polícia Federal e a força-tarefa de Curitiba e que os "doleiros têm motivos suficientes para quererem me prejudicar, afinal, foi através de uma proposta minha que se obteve a quebra de sigilo internacional da conta Beacon Hill nos EUA, onde grande parte dos doleiros brasileiros operava". O petista afirma que a PF desenvolveu, em conjunto com a CPI do Banestado, a bem-sucedida operação "Farol da Colina", que resultou na prisão de vários doleiros.

"Essa é a segunda tentativa dos mesmos doleiros citados de me incriminar. Richard Andrew de Mol van Oterloo e Vivaldo Alves tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados por conta dos trabalhos da CPI do Banestado e estão citados no anexo do relatório. Portanto, não é verdade que tenham sido preservados, como nenhuma pessoa jamais foi", diz a nota.

Mentor pode responder a novo processo de cassação no Conselho de Ética. A Corregedoria da Câmara abriu nesta terça-feira uma investigação sobre a denúncia feita ao Ministério Público de São Paulo pelo doleiro. O corregedor Ciro Nogueira (PP-PI) notificou o deputado petista, que terá prazo de cinco sessões para apresentar sua defesa. Nogueira vai aguardar a resposta de Mentor para decidir se abre uma sindicância. O corregedor considerou a denúncia muito grave.

- É uma denúncia gravíssima. Vamos dar o direito de defesa ao deputado Mentor. Mas se o caso for consistente, abriremos sindicância. A cobrança de propina por um deputado é caso de cassação de mandato. Mas a denúncia tem que ser comprovada - afirmou Ciro Nogueira.

Para integrantes do Conselho de Ética, a nova denúncia reforça o relatório que pediu a cassação de Mentor. Para o deputado Ricardo Izar (PTB-SP), presidente do Conselho, o deputado petista pode mesmo sofrer um novo processo de cassação.

- Esta notícia é a comprovação de que o Conselho de Ética estava certo. Quando o julgamento não é justo, como o do plenário que absolveu Mentor, os fantasmas ficam. Isso mostra que o assunto não foi encerrado no plenário - disse Izar.

Mentor afirma ainda estranhar que o procurador-geral de São Paulo tenha encaminhado, diretamente ao Supremo Tribunal Federal, à Procuradoria-geral da República e à Câmara dos Deputados cópia do depoimento de uma única pessoa que está presa e condenada sem sequer ter-lhe feito qualquer pedido de esclarecimento.

"Trata-se, portanto, de um comportamento inusitado", diz o petista.

Mentor afirma ainda que o depoimento foi encaminhado à Câmara em 19 de abril, mesmo dia em que seu processo de cassação por envolvimento no valerioduto foi votado em plenário. Segundo ele, isso é mostra de que "o objetivo claro dessa invencionice era prejudicar-me na votação, visto que inicialmente essa estava prevista para o dia 26".

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