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Os membros da Mesa Diretora do Senado aprovaram nesta terça-feira (7) o pedido do PSOL de abertura de processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), em decorrência das acusações feitas no mês passado pela revista "Veja" em relação às supostas relações dele com a cervejaria Schincariol.

O caso agora será remetido ao Conselho de Ética. No entendimento da Mesa, o conselho não pode anexar esse pedido ao processo que Renan já responde pela acusação de que recebeu ajuda de um lobista para pagar despesas pessoais.

Para os membros da Mesa, um novo processo deve ser aberto. Ou seja, ao recebê-lo, o presidente do órgão, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), deverá nomear um relator e iniciar a investigação.

O placar foi de 5 a 2 a favor do envio do processo ao Conselho de Ética. Ficaram a favor os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), Magno Malta (PR-ES), César Borges (DEM-BA), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Gérson Camata (PMDB-ES). Os votos contrários foram de Tião Viana (PT-AC) e Papaléo Paes (PSDB-AP).

A decisão da Mesa Diretora contraria recomendação de um parecer da Advocacia-Geral do Senado contrário à abertura desse processo. Segundo o parecer, Renan não pode ser investigado com base em reportagens jornalísticas.

Renan, que preside a Mesa, não participou dessa reunião, que foi presidida pelo vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC).

Schincariol

Em reportagem no mês passado, a revista "Veja" disse que Renan teria atuado em favor da Schincariol no INSS para impedir a cobrança de uma dívida de R$ 100 milhões.

Segundo reportagem, uma operação possibilitou à família de Renan vender uma fábrica de tubaína em Murici (AL) por R$ 27 milhões para a Schincariol, embora a empresa estivesse com problemas financeiros e não valesse mais do que R$ 10 milhões.

Em nota publicada nos jornais em julho, a Schincariol diz repudiar "as ilações que relacionam suas decisões de negócio a questões políticas".

Nova representação

PSDB e Democratas prometem entregar outro pedido de processo contra Renan. Agora, pela suposta participação dele em veículos de comunicação alagoanos adquiridos por meio de "laranjas".

Os dois partidos decidiram ainda obstruir a pauta de votações enquanto Renan estiver na presidência. Mas, segundo o líder tucano, isso ocorrerá depois da votação das quatro medidas provisórias e das mudanças da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. "Depois disso, a gente fecha o balaio e não vota mais nada", afirmou.

O presidente do Democratas, Rodrigo Maia (RJ), disse que a representação pedindo a abertura do processo contra Renan será entregue ainda nesta terça na Mesa Diretora, que se reúne em outro dia para avaliar se envia ou não o pedido ao Conselho de Ética da Casa. Sócio oculto

De acordo com a revista "Veja" desta semana, Renan comprou participação societária em duas rádios e em um jornal de Alagoas sem informar a Receita Federal, a Justiça Eleitoral ou o Congresso Nacional.

Segundo a revista, ele é dono de duas emissoras de rádio avaliadas em R$ 2,5 milhões e, até 2005, foi sócio de um jornal avaliado em R$ 3 milhões. Em carta entregue aos senadores, Renan se disse inocente, não comentou o conteúdo da reportagem e atacou a revista.

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