
Condenado ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva no processo do mensalão, o ex-deputado federal José Borba (ex-PMDB, hoje no PP) parece não ter tido sua popularidade abalada em Jandaia do Sul (no Norte do Paraná), onde é prefeito pela segunda vez. Pelas ruas do município de 20 mil habitantes, é difícil encontrar alguém que critique o líder político.
Na tarde de ontem, alguns moradores nem sequer sabiam que o prefeito da cidade estava sendo julgado no Supremo. Outros, se mostraram indiferentes ao posicionamento adotado pelos ministros que analisam o caso.
Para a maioria das pessoas ouvidas pela reportagem da Gazeta do Povo, o resultado do julgamento não deve interferir na rotina da cidade. "O que ele fez pelo município e pela região vai muito além destes comentários feitos contra ele", afirmou o industrial José Ademir.
Na opinião do corretor de imóveis Luiz Marcolo, a popularidade de Borba pode ser explicada de uma forma lógica: "Estamos sendo coniventes com o que está acontecendo. Mas a cidade melhorou muito com o trabalho que ele [Borba] fez. Então a gente esquece o que aconteceu".
Há alguns moradores que criticam o atual prefeito, mas emendam elogios logo em seguida. "Se ele fez algo [de errado], tem de pagar. Mas em algumas partes ele foi bom para a cidade", disse o lavrador Wiliam de Oliveira.
Eleito para a prefeitura em 2008, Borba cogitou disputar a reeleição neste ano. No entanto, acabou impedido pela Lei da Ficha Limpa, por ter renunciado ao mandato de deputado em 2005 para escapar da cassação na Câmara.
A reportagem tentou conversar com Borba, mas ele não foi encontrado na prefeitura ontem e não atendeu as ligações. No gabinete, informação era que ele teria viajado.
Outro paranaense
Outro paranaense que está sendo julgado pelos ministros do STF é o ex-primeiroo-secretário do PTB Emerson Palmieri. A situação dele está indefinida: pode ser condenado ou absolvido. Ele foi procurado ontem pela reportagem para comentar o caso. Por telefone, disse que estava em viagem e que não pretendia se pronunciar. "O meu advogado está autorizado a falar por mim", informou.
Colaborou: Anderson Gonçalves



