Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
brasília

Mesmo se Arruda deixar governo, inquérito continuará no STJ, diz PGR

Para Gurgel, renúncia ou impeachment não livraria Arruda da prisão. Governador afastado cumpre prisão preventiva desde o último dia 11

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta quinta-feira (18) que o inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção no Distrito Federal não deixará de tramitar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) caso o governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), deixe o governo.

Na hipótese de Arruda renunciar ao mandato ou ter seu pedido de impeachment aprovado pela Câmara Legislativa, ele perderá o direito ao foro privilegiado. No entanto, segundo Gurgel, nesse cenário as investigações continuariam no STJ, uma vez que um dos denunciados no caso é conselheiro do Tribunal de Contas do DF, cujo foro é o STJ, e não a Justiça Comum. Ele se referiu ao conselheiro Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda.

A defesa de Arruda nega que ele cogite renunciar ao cargo. Nesta manhã, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa aprovou quatro pedidos de impeachment contra o governador.

"[Se o governador renunciar, o inquérito] Fica no STJ, em razão da presença de um conselheiro do Tribunal de Contas do DF. É do STJ a competência para o processo e julgamento de conselheiros do Tribunal de Contas", disse Roberto Gurgel.

Perguntado se no caso de um eventual afastamento de Arruda do cargo, sua prisão seria revogada, o procurador negou. "[Uma eventual renúncia] Não interfere em nada, porque o ministro relator e o tribunal que decretaram a prisão preventiva permanecem competentes para o inquérito 650 [que investiga o caso]", acrescentou.

Suspeito de comandar um suposto esquema de desvio de verbas públicas, Arruda foi afastado do governo e está preso desde a última quinta-feira (11). O decreto de prisão preventiva foi expedido pelo STJ, sob a justificativa de que o governador estaria obstruindo as investigações do "mensalão do DEM de Brasília".

Na última sexta-feira (12), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou habeas corpus a Arruda em caráter liminar (provisório). O pedido de liberdade deverá ser julgado de forma definitiva pelo plenário do STF na semana que vem.A vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, disse nesta tarde que apresentará ao STF o parecer sobre o pedido de habeas corpus nesta sexta (19). Marco Aurélio, que é o relator do caso, aguarda apenas o parecer para levar o caso a julgamento. As sessões plenárias do Supremo ocorrem às quartas e quintas-feiras. Ou seja, as próximas sessões estão previstas para os dias 24 e 25.

O escândalo de corrupção veio à tona no dia 27 de novembro quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. O suposto esquema de distribuição de propina foi denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa. O inquérito que envolve o governador do DF, seu vice e oito deputados distritais, além de empresários e membros do governo, tramita no STJ.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.