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Campanha

Militares fazem manifesto anti-Requião

A Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai) está em campanha contra a reeleição do governador Roberto Requião (PMDB). A entidade não concorda com a política de segurança do governador nem com os critérios de reajuste salarial concedidos à corporação e pretende distribuir, a partir da semana que vem, adesivos com a frase "150 mil votos na oposição". Alguns modelos já estão circulando por Curitiba.

De acordo com o presidente da Amai, coronel Elizeu Ferraz Furquim, os 150 mil se referem ao número de policiais militares ativos, inativos e pensionistas e seus familiares. "Essa é uma previsão inicial. Achamos que podemos transcender esse número quando a campanha chegar às ruas", afirmou. Segundo Furquim, a associação vai se reunir também com outras categorias de servidores públicos para incentivar o voto em outros candidatos. Ele disse que a Amai não apóia nenhuma candidatura específica. "Não é possível dar mais um mandato ao Requião. Há outras opções de governo mais saudáveis", declarou.

Furquim diz que nenhum militar da ativa vai criticar publicamente o governador, já que isso seria uma falta disciplinar, mas assegura que a campanha tem grande apelo junto à corporação. "Estamos cobrando politicamente as violações de cidadania e as discriminações sofridas pelos policiais militares." Para ele, o estado não apresenta nenhum critério para os reajustes propostos à categoria. Na última revisão salarial, feita no fim de julho, não foram contemplados soldados de segunda classe, alunos da Academia do Guatupê, oficiais intermediários e superiores, segundo a Amai. "Ele discrimina o conjunto da Polícia Militar", declarou Furquim.

Um oficial da Polícia Militar, que pediu para não ser identificado, contou que os policiais estão "desgostosos com a política de valorização da administração Roberto Requião em relação à PM". Segundo ele, as principais reclamações são quanto aos aumentos concedidos à Polícia Civil, que se diferenciam dos dados à PM. "Os policiais civis receberam reajuste de uma só vez, enquanto que nós, da PM, tivemos o parcelamento em sete vezes. Outra questão foi o aumento para os delegados. Os oficiais militares não receberam nada. O descontentamento é geral", disse, reclamando ainda da modificação nas regras de promoção, que beneficiaram um menor número de policiais militares.

Além da questão salarial, a Amai critica o decreto estadual que institui o rodízio bienal de policiais que trabalham na fronteira de Foz do Iguaçu. O decreto, assinado em agosto de 2004, foi justificado como uma forma de coibir a corrupção. "O governador desqualifica o policial e ainda faz com que mais de mil famílias da região da fronteira, que têm ali sua casa, se mudem de cidade", diz Furquim. A Amai contestou o decreto na Justiça Estadual, mas a decisão foi favorável ao governo. A entidade vai entrar com processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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