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Paula Lima solta a voz na capital, nesta terça | Divulgação/Angélica Fenley Belich Assessoria em Comunicação
Paula Lima solta a voz na capital, nesta terça| Foto: Divulgação/Angélica Fenley Belich Assessoria em Comunicação

Assessores do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, conduziram jornalistas na manhã desta segunda-feira para uma visita guiada no prédio do Ministério, numa tentativa de provar que o titular da pasta não estaria envolvido no caso de pagamento de propina para liberação de verbas do projeto Luz para Todos.

O Ministério exonerou na sexta-feira Ivo Almeida Costa, assessor especial do ministro e que foi detido pela Polícia Federal na Operação Navalha, que investiga desvio de fundos públicos e fraude em licitações.

Imagens de circuito interno de TV exibidas pela televisão mostram uma diretora da construtora Gautama, alvo de investigação da PF, identificada como Maria de Fátima Palmeira, entrando por uma porta no oitavo andar do Ministério, onde está localizado o gabinete do ministro.

Trecho de relatório atribuído à PF publicado no jornal O Globo desta segunda-feira afirma que "apurou-se ainda que Silas Rondeau recebeu, por meio de Ivo Almeida Costa, a quantia de 100 mil reais, entregue por Maria de Fátima, uma vez que teria destinado recursos oriundos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para convênio que beneficiaria a construtora Gautama".

Essa movimentação ocorreu em 13 de março, mas não há imagens que mostrem o ministro recebendo os recursos, alertou a assessoria dele. Fonte do Palácio do Planalto informou à Reuters que o ministro fez chegar à cúpula do governo nesta segunda-feira a alegação de que nem o relatório, nem as fotos das imagens do circuito interno reproduzidas no jornal O Globo provam o envolvimento dele.

Silas Rondeau já havia negado no domingo as acusações. "Não há prova contra uma mentira. Pode haver uma suposição e eu não acredito que a Polícia Federal tenha dito isso", afirmou o ministro. Ele acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem ao Paraguai nesta segunda-feira.

O presidente em exercício, José Alencar, afirmou que "fora da lei não há salvação, mas não se pode condenar ninguém por indícios" e evitou comentar se Silas Rondeau continua no cargo.

Na visita pelo Ministério nesta manhã, assessores de Silas Rondeau procuraram desmentir informações específicas divulgadas nos jornais e TV.

Mostraram aos jornalistas que o corredor onde se localiza o gabinete do ministro também é onde está a sala do assessor exonerado Ivo Almeida Costa, alvo de processo administrativo disciplinar instaurado na sexta-feira.

"O fato de a imagem dela (Maria de Fátima) estar na porta do corredor não significa que ela se encontrou com o ministro", afirmou um porta-voz do Ministério. O corredor onde estão localizadas sete salas não tem câmeras de segurança.

A assessoria de Silas também quis mostrar que o elevador por onde entrou a diretora da Gautama não é o de uso exclusivo do ministro, como chegou a ser noticiado. "O elevador não era exclusivo do ministro. O que ela usou era outro", disse o porta-voz.

Maria de Fátima teria utilizado um elevador privativo por onde sobem ao oitavo andar convidados que têm audiências com funcionários de alto escalão do Ministério, relatou a assessoria. O encontro dela e de Sérgio Sá -representante da empresa Engevix, segundo o Ministério, e apontado pela imprensa como lobista que teria intermediado o pagamento da propina- com Ivo Almeida Costa está nos registros do Ministério.

Enquanto Maria de Fátima se encontrava com o assessor do ministro, Silas Rondeau estaria reunido com o deputado federal José Otávio Germano (PP-RS) e um assessor dele, Maurício Viana Peres, discutindo uma audiência pública na Câmara, como consta da agenda da ministro. O deputado é presidente da Comissão de Minas e Energia.

De acordo com imagens do circuito interno, em 13 de março, Silas Rondeau deixou o Ministério um pouco antes de Maria de Fátima sair do prédio.

A construtora Gautama é de propriedade de Zuleido Veras. A PF baseia as denúncias da Operação Navalha, incluindo acusação de corrupção passiva contra o ministro, também em escutas de conversas telefônicas do empresário e de Sérgio Sá.

"Há indícios suficientes que apontam para a prática de corrupção passiva, tendo em vista as diversas menções que Sérgio Sá e o próprio Zuleido fazem a conversas e reuniões com o mesmo (ministro)", relata O Globo.

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