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O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, disse nesta sexta-feira que os escândalos de corrupção investigados pela CGU são todos antigos e começaram em governos anteriores. Jorge Hage disse ainda que as denúncias envolvendo ministros de governos passados, como José Serra, devem receber o mesmo tratamento das denúncias que envolvem integrantes e ex-integrantes do governo Lula, como o ex-ministro Humberto Costa.

Apesar de as investigações terem apontado para o envolvimento de integrantes do governo Lula e aliados no Congresso em escândalos, Hage disse que o governo atual não coloca a corrupção para debaixo do tapete. Ele citou escândalos como o dos sanguessugas e a máfia dos vampiros, mas não citou o mensalão, que envolveu a base aliada do atual governo no Congresso.

Segundo matéria da revista "Istoé" desta semana, os empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin, donos da Planam e acusados de chefiar a máfia das ambulâncias - disseram em entrevista que a distribuição de propinas começou em 1998, na gestão de Serra, e a bancada do PSDB conseguia aprovar todas as emendas e o ministério liberava o dinheiro rapidamente.

- O que há de novo no Brasil é que a corrupção está sendo combatida. Ela nunca foi combatida, sempre foi jogada para debaixo do tapete. Todos os escândalos, sem exceção, vêm de governos anteriores, sanguessuga, vampiros, confraria, guabiru, todos esses escândalos foram iniciados antes do atual governo. Pegaram 99, 2001, 2002. Então, é preciso não ter ingenuidade de imaginar que tudo começa agora. A situação do ex-ministro Serra é a mesma situação de Humberto Costa. O que não vejo como razoável é que no caso de Humberto Costa, com o mesmo nível de indício, alguns saltem para a conclusão de que está consumado o envolvimento, e que no caso de ministro do governo passado o tratamento seja diferente. O tratamento tem que ser o mesmo. Indícios são indícios - disse.

Jorge Hage disse que, no caso que envolve Serra, não se trata apenas do depoimento de Luiz Antônio Vedoin. Segundo ele, há também cópias de faxes de parlamentares envolvidos com os sanguessugas dirigidos ao ministro e ao secretário-executivo da época, Barjas Negri.

- Se isso significa envolvimento ou não do ministro, é a mesma situação de Humberto Costa. Fundamental em todos os casos é o cruzamento de informações - disse.

Jorge Hage fez ainda críticas ao programa de combate à corrupção lançado pelo tucano Geraldo Alckmin. Hage disse que o programa é malfeito por apenas repetir iniciativas que já estariam sendo feitas pelo atual governo.

- É absoluta ausência de originalidade, sequer de imaginação. É um espetáculo de arrombamento de portas abertas. Tudo aquilo que está enumerado ali já vem sendo feito. Estão descobrindo a pólvora. É uma cópia malfeita de iniciativas já tomadas pelo atual governo, então, não há absolutamente nada de novo neste programa - disse Jorge Hage, acrescentando com ironia:

- Parece que nem para uso eleitoral ele se presta.

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