
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta quarta-feira (31), após audiência na Câmara dos Deputados, que espera o fim da crise aérea em março de 2008. "Eu marquei um prazo para mim mesmo: março. Março encerra o período de alta e começa o período de baixa. A partir de março, nós vamos ter o problema resolvido", disse em entrevista coletiva.
Ele explicou que o problema de segurança já está resolvido, reconhecendo as dificuldades do sistema, e que, agora, os problemas se concentram na regularidade dos vôos. "Nós temos uma capacidade física para atender. A capacidade física identificada, há pressão das empresas por aumento da demanda. Não podemos ceder à pressão porque a capacidade física não pode ser esgarçada, sob pena de ter problemas de segurança", advertiu.
Troca de acusações
O ministro prosseguiu rebatendo as críticas feitas pelo presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, que anunciou a renúncia ao mandato na Anac nesta quarta. Para Jobim, a afirmação de que o aumento da distância entre as poltronas das aeronaves vai aumentar o preço das passagens e retirar a população de baixa renda dos aeroportos é demagogia. "É uma frase demagógica, não e verdade. Absolutamente demagógico".
Jobim reafirmou que a fiscalização das empresas aéreas é leniente e acredita que, a partir de agora, com a chegada da economista Solange Vieira à presidência da Anac, a fiscalização será feita de maneira adequada.
Zuanazzi disse que não queria trabalhar com Jobim, e a resposta foi curta e direta. "Não deverá trabalhar mesmo porque o nosso trinômio é segurança, pontualidade e regularidade. Se esse trinômio não serve, viramos a página", disse o ministro.
O presidente demissionário da Anac informou que terá um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta tarde para entregar o pedido de exoneração do cargo.
O ministro da Defesa informou ainda que, com a saída do dirigente gaúcho, o sistema de transporte aéreo do Brasil ganha nova roupagem e os nomes indicados por ele poderão assumir funções específicas na regulação do transporte aéreo. "Deseja que essa gestão seja exercida pela doutora Solange Viera [indicada para assumir o posto de Zuanazzi na presidência da agência]. A estrutura é fazer que o órgão coordenador seja a Secretaria de Aviação Civil, com um secretário e três diretores", ressaltou.
Previsão
O ministro da Defesa também destacou que as companhias aéreas passarão a integrar o gerenciamento do sistema do espaço aéreo para que seja mais fácil prever problemas de meteorologia, o que não estaria sendo feito até agora. "O problema de meteorologia é relativamente previsível. Então nós podemos gerenciar um cetro de gerenciamento com a informação eficaz das empresas. A informação é que as empresas não têm participado deste organismo", disse Jobim.



