
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu ontem em defesa do titular da pasta do Trabalho, Manoel Dias, suspeito de cometer irregularidades com verba federal. A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de investigação sobre Dias para apurar se o ministro estaria envolvido em um esquema para empregar militantes de seu partido, o PDT, como funcionários fantasmas de uma entidade que recebeu R$ 11 milhões em convênios do ministério, em 2008, antes da posse dele na Esplanada. A entidade não teria prestado os serviços contratados pelo poder público.
Cardozo disse ontem que um pedido de investigação não significa condenação. "A Polícia Federal cumpre o seu papel nos termos da lei. A Constituição é muito clara, quando diz que ninguém é culpado sem prévia sentença judicial. O fato de haver uma investigação não atinge em momento algum a situação de qualquer cidadão brasileiro", afirmou o ministro da Justiça.
Como Dias tem foro privilegiado por ser ministro, cabe ao Supremo decidir se autoriza a abertura da investigação. Sem isso, a Polícia Federal não poderá prosseguir a apuração da participação de Dias no caso.
Pizzolato
Cardozo também falou sobre o pedido de extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolatto, que foi encaminhado pelo governo brasileiro à Itália na segunda-feira. "O governo italiano tem soberania para decidir e dizer em que tempo decidirá", disse.



