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Peemedebista mais próxima a Dilma, Kátia Abreu (Agricultura) não foi à reunião desta segunda. | Valter Campanato/Agência Brasil/Fotos Públicas
Peemedebista mais próxima a Dilma, Kátia Abreu (Agricultura) não foi à reunião desta segunda.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Fotos Públicas

Ministros do PMDB sinalizaram à presidente Dilma Rousseff que será muito difícil permanecer no governo caso o partido aprove a saída da base aliada na terça-feira (29). A indicação foi dada durante uma reunião no Palácio do Planalto na segunda (28) pela manhã, na qual compareceram seis dos sete representantes da legenda na Esplanada.

Dois ministros ouvidos pela reportagem afirmaram que vão anunciar uma decisão conjunta depois que a definição do partido for formalizada. Mesmo aqueles que resistem à ideia de abandonar o cargo reconheceram que ficar no governo será muito difícil se o PMDB realmente optar por deixar a base aliada.

Um deles classificou como um “banho de água fria” a decisão do PMDB do Rio de abandonar Dilma, anunciada na semana passada.

Lula conta com parte do PMDB para barrar impeachment

Em entrevista a veículos internacionais, o ex-presidente Lula defendeu que pode haver uma “coalizão” com o PMDB que ajude a barrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Quando eu ganhei as eleições, em 2003, em um primeiro momento o PMDB não me apoiou, mas uma parte do PMDB na Câmara me apoiava, uma parte do PMDB do Senado me apoiava e nós conseguimos governar”, disse. “No segundo mandato fizemos um acordo com o PMDB e teoricamente o partido decidiu me apoiar. Ainda assim, a gente nunca teve o apoio de todo o PMDB. Em vários estados o partido não quis apoiar o governo”.

Lula também disse que vê “com uma certa tristeza” o desembarque da legenda do governo Dilma e afirmou que, pelo que sabe, “os ministros não sairão do governo”.

“Acho que vai acontecer o que aconteceu em 2003. O governo vai construir uma base parlamentar com o PMDB e vamos ter uma espécie de coalizão sem a concordância da direção”, resumiu.

Por fim, Lula chegou a fazer um apelo ao falar sobre a presidente Dilma Rousseff. “Deixem essa mulher governar.”

Antes da reunião com a presidente, o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) teve um encontro com o vice-presidente Michel Temer. Ele tentou, num último apelo, convencer o vice, que é presidente nacional da legenda, a adiar a reunião do Diretório Nacional do PMDB. A data, no entanto, está mantida. Segundo um aliado do peemedebista, a legenda vai dar um prazo maior, provavelmente até o dia 12 de abril, para que os ministros consigam se organizar e entregar seus cargos.

Além de Braga, compareceram ao encontro com Dilma Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Helder Barbalho (Portos), Mauro Lopes (Aviação Civil) e Henrique Eduardo Álvares (Turismo).

Segundo a assessoria da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, ela não compareceu por causa da morte de uma amiga. Kátia é uma das maiores apoiadoras de Dilma e, nos últimos dias, cresceram os rumores de que a ministra poderia trocar de partido para permanecer no governo.

Saída iminente

O ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha, por exemplo, afirmou que o PMDB está “muito próximo” de conseguir a unanimidade em favor do rompimento com o governo federal. Depois que garantiram o apoio do PMDB do Rio de Janeiro e deram a vitória como certa, os aliados de Temer passaram a mirar na unanimidade para selar o fim da aliança. A agenda das lideranças peemedebistas nesta segunda, em Brasília, gira em torno deste objetivo.

“Temos a certeza absoluta de que vamos desembarcar (do governo). Numa escala de zero a dez, a chance de sair é dez”, afirmou Padilha. Ele é um dos aliados mais próximos de Temer e está ao lado do vice-presidente nesta segunda, acompanhando as reuniões que pretendem combater os últimos focos de resistência governista dentro do PMDB.

Padilha comentou ainda que aqueles peemedebistas que desejarem permanecer no governo terão duas opções: partir para a desfiliação do PMDB ou sofrer um processo na comissão de ética da legenda.

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