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Ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, e do presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, únicos chefes de Estado presentes à Cúpula dos Países Amazônicos e França sobre Mudança do Clima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o momento é de "responsabilidade coletiva" para a Conferência de Copenhague e comparou o evento à construção da Muralha da China.

"A hora é de uma responsabilidade coletiva que estamos assumindo. Não vamos fazer uma reparação dos erros históricos nossos em apenas alguns anos. Vai levar algumas décadas e Copenhague é um extraordinário começo. É como se estivéssemos construindo a Muralha da China. A muralha é longa, cansativa, mas alguém teve que colocar a primeira pedra. Estamos fazendo de Copenhague a possibilidade de a gente construir o primeiro degrau do estabelecimento de uma política mais responsável pra cuidar do planeta."

A Cúpula dos Países Amazônicos e França foi realizada nesta quinta-feira (26), em Manaus. Os outros países amazônicos, como Venezuela e Colômbia, foram representados no encontro por ministros e chanceleres. A Conferência do Clima das Nações Unidas será realizada em Copenhague, na Dinamarca, entre 7 e 18 de dezembro.

Declaração de Manaus

Ao fim do encontro, chefes de Estado e representantes assinaram a Declaração de Manaus que, segundo o Lula, irá "balizar" o comportamento dos dirigentes da América do sul em Copenhague.

O documento pede que os países desenvolvidos apresentem "números claros e detalhados" na conferência em Copenhague e alerta para o protecionismo comercial.

"Medidas apresentadas por países desenvolvidos como parte de um esforço de mitigação não devem gerar restrições comerciais unilaterais ou fortalecer o protecionismo comercial", diz trecho da declaração.

Responsabilidades diferenciadas

O Brasil assumiu um compromisso voluntário de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em até 38,9% até 2020. Na coletiva, o presidente comentou ainda a posição dos Estados Unidos e China sobre a conferência das Nações Unidas.

"Parecia que a reunião de Copenhague seria esvaziada, que não ia participar nenhum chefe de Estado. Hoje, os Estados Unidos já têm número (meta para redução de emissões de gases do efeito estufa), não é o que eu gostaria, mas já têm número. A China já está apresentando número e nós estamos aqui discutindo entre nós", disse.

Lula afirmou ainda que as responsabilidades de países ricos e pobres são diferenciadas. "Os países mais pobres têm que receber ajuda financeira, não para impedir o desenvolvimento desses países, mas [para] que eles possam se desenvolver e ter o padrão de vida de países desenvolvidos", disse.

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