
O juiz federal Sérgio Moro autorizou nesta quinta-feira (5) o depoimento de seis agentes políticos indicados pela defesa do presidente da UTC Ricardo Pessoa na ação penal contra executivos da Camargo Corrêa e da UTC que corre na Justiça Federal de Curitiba. Foram arrolados o secretário de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo Arnaldo Jardim, os deputados federais Jorge Tadeu Mudalen (DEM), Arlindo Chinaglia (PT), Paulinho da Força (SD) e Jutahy Magalhães Junior (PSDB), e o ministro da Defesa Jacques Wagner.
No despacho, mesmo assim, o juiz federal criticou a intimação das autoridades. “A oitiva (...) é sempre demorada e difícil (...). Além disso, tais agentes públicos servem à comunidade e não se afigura correto dispender o seu tempo, além do desse juízo, ouvindo-os sem que haja real necessidade”, diz um trecho da decisão.
Anteriormente, Sérgio Moro havia pedido à defesa do executivo que justificasse a intimação dos agentes políticos como testemunha de defesa. “A recusa em prestar meros esclarecimento configura, com todo o respeito, abuso do direito de defesa e não é razoável em contexto no qual é necessário imprimir celeridade ao feito, já que há acusados presos, e considerando os ônus, talvez desnecessários, causados o serviço judiciário e igualmente às próprias testemunhas”, criticou Moro. Segundo o despacho, o juiz federal decidiu deferir as intimações “somente para evitar alegações de nulidade”.
Os depoimentos devem ocorrer apenas em abril, momento em que a Justiça Federal de Brasília tem datas disponíveis para realizar videoconferências.
Nesta quinta-feira (5), estava marcado o depoimento do ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, mas a oitiva foi adiada porque o ministro não foi localizado. Ele também havia sido arrolado para a defesa de Ricardo Pessoa. Uma nova audiência para o depoimento de Bernardo deverá ser marcada em breve e ele será ouvido por videoconferência com Brasília.



