Em mais um round travado entre o juiz Sergio Moro e os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o magistrado acusou a defesa do petista de fazer “propaganda” política dos governos do PT, em audiência realizada nesta sexta-feira (10). O advogado Cristiano Zanin fazia perguntas ao atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre o benefícios gerados ao país ao longo de ciclo de crescimento econômico na gestão de Lula. Meirelles presidiu o Banco Central no governo Lula (2003-2010).
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“A impressão é que a defesa está fazendo propaganda política do governo anterior. Não é apropriado. Aqui existe um objeto da acusação bem delimitado”, disse Moro. Irritado, Zanin retrucou: “Não estou fazendo propaganda política, excelência. Até porque sou advogado e não cabe a mim fazer consideração de natureza política. Só estou enfrentando a acusação difusa que o Ministério Público lançou nos autos”.
Os embates entre Moro e a defesa de Lula têm sido frequentes tornados as audiências da Lava Jato em que o ex-presidente é réu mais longas e polêmicas.
Caso do tríplex
O processo que teve audiência nesta sexta se refere ao apartamento tríplex no Guarujá, litoral paulista. O imóvel teria sido oferecido pela empreiteira OAS a Lula como pagamento de propina. O Ministério Público Federal (MPF) afirma que Lula foi beneficiado por melhorias no imóvel. O apartamento está em nome da empreiteira OAS, investigada na Lava Jato. Lula nega as acusações.
O ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou na quinta-feira (9) um pedido da defesa do ex-presidente para suspender o processo que investiga a aquisição do tríplex.
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O que Meirelles disse
A audiência de Meirelles durou 14 minutos. Na sessão, Meirelles negou ter conhecimento de práticas de corrupção e de compra de apoio parlamentar para composição da base de apoio na gestão petista.
Veja tudo o que Meirelles disse a Moro
Ao final da sessão, Moro agradeceu a presença de Meirelles e brincou ao dizer que tinha perguntas sobre economia. “Sei que o tempo de vossa excelência é valioso. O juízo não tem perguntas. Teria sobre economia, mas não é objeto do processo. Então, deixamos para outra oportunidade”, disse o juiz, arrancando risos do ministro.
