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O deputado pernambucano foi vítima de um câncer | Alexandra Martins / Câmara dos Deputados
O deputado pernambucano foi vítima de um câncer| Foto: Alexandra Martins / Câmara dos Deputados

O deputado Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, morreu na manhã desta quinta-feira (6) no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O deputado pernambucano foi vítima de um câncer. A informação foi confirmada pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) que transmitiu a informação aos colegas, segundo a assessoria de liderança do PSDB na Câmara.

A morte do deputado também foi confirmada pelo PSDB estadual pelo Twitter. "É com tristeza que informamos o falecimento do ex-presidente nacional do PSDB e presidente do ITV, deputado federal Sérgio Guerra."

Sérgio Guerra era presidente do Instituto Teotonio Vilela (ITV) e do diretório do partido em Pernambuco. Guerra lutava contra câncer no pulmão e na cabeça e, recentemente, teve uma pneumonia em decorrência de quimioterapia.

Biografia

Severino Sérgio Estelita Guerra nasceu no dia 9 de novembro de 1947 em Recife. Seu pai, Pio Guerra, e um de seus irmãos, José Carlos Guerra, também haviam sido deputados federais.

Em 1981, Guerra se filiou ao PMDB e no ano seguinte foi eleito deputado estadual. Até chegar à presidência do partido tucano, o deputado passou pelo PDT e PSB, legenda pela qual foi secretário estadual do governo de Pernambuco na gestão de Miguel Arraes. Deputado estadual por dois mandatos, entre 1982 e 1988, chegou ao Congresso Nacional em 1989 ocupando uma das cadeiras da bancada pernambucana na Câmara. Em 2002, ele chegou ao Senado, mesmo ano em que o PT elegeu Luiz Inácio Lula da Silva.

Na Casa, ele foi líder do partido e um dos principais críticos do governo do PT. Ele atuou em várias comissões parlamentares de inquérito (CPIs), entre elas, a dos Correios que investigou um esquema de compra de votos na base do governo.

Em 2006, Sérgio Guerra assumiu a campanha do candidato tucano à Presidência Geraldo Alckmin. No ano seguinte, foi eleito presidente nacional do PSDB no lugar do então senador Tasso Jereissati (CE). Em 2009, Sérgio Guerra tentou formalizar um acordo com os pré-candidatos à Presidência da República pelo partido, o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o de São Paulo, José Serra. A proposta não vingou e Serra, candidato do partido, foi derrotado por Dilma Rousseff.

Na mesma eleição, com dificuldades políticas regionais, Guerra deixou o Senado para concorrer a um mandato na Câmara dos Deputados.

Câmara homenageia Sérgio Guerra com um minuto de silêncio

A sessão da Câmara dos Deputados em homenagem ao ex-presidente nacional do PSDB e deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE) reuniu deputados oposicionistas e governistas que destacaram sua capacidade de articulação no cenário político.O tucano foi chamado de "grande opositor", parlamentar de "sensibilidade extraordinária" e "homem público valoroso e correto".

A homenagem foi solicitada pelo deputado Mauro Benevides (PMDB-CE). A sessão levou cerca de 18 minutos e contou com a presença de oito parlamentares as atividades do Congresso ainda estão esvaziadas pelo feriado de Carnaval. Ao final, os parlamentares fizeram um minuto de silêncio. "O Congresso deve homenagear esse grande político que soube engrandecer o parlamento e o país", disse Benevides que sugeriu a realização de uma sessão solene para lembrar a atuação política de Guerra.Para o petista Amauri Teixeira (BA), Guerra "soube cumprir seu papel de oposicionista". "Quero trazer em nome do nosso partido o pesar e solidariedade à família, aos correligionários do grande opositor e grande político", afirmou.

O deputado Domingos Dutra (SDD-MA) afirmou que a morte do tucano foi prematura. "Quero me associar aos colegas e render homenagens ao pernambucano", disse o deputado que chegou a quebrar o protocolo adotado nessas ocasiões e anunciou um compromisso partidário na próxima segunda-feira.

O deputado Izalci (DF) foi o representante do PSDB e apenas leu as notas de pesar divulgadas pelo comando do partido e pela liderança da sigla na Câmara.

Senado suspende sessão e faz um minuto de silêncio

O Senado fez um minuto de silêncio e suspendeu a sessão plenária desta quinta em homenagem ao ex-senador Sérgio Guerra. Senadores do governo e da oposição apresentaram votos de pesar pela morte de Guerra, que devem ser aprovados pelo Senado na semana que vem -- um deles de autoria do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Em nota, Renan disse que Guerra foi uma "referência como democrata e homem público" em todos os cargos que exerceu seja na Câmara, no Senado ou na presidência do PSDB. "No Senado, onde cumpriu com dedicação mandato entre 2003 e 2011, Sérgio Guerra se destacou pela amizade e cordialidade com os seus pares. O povo de Pernambuco e o Congresso Nacional perdem muito com a ausência de Sérgio Guerra. Eu particularmente perco um grande amigo", disse Renan.

Os poucos senadores presentes em plenário fizeram homenagens a Guerra nos discursos, inclusive governistas. Vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) disse que o ex-presidente do PSDB era mais que um "articulador", mas um "conciliador" de interesses.

Presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO) afirmou que Guerra apresentou um "longo rol" de serviços prestados ao país, com dedicação ao interesse público e defesa da transparência. "Mostrou-se, ao longo desses mais de 30 anos de vida pública, uma pessoa sensata, aberta ao diálogo, com grande capacidade de articulação e liderança, habilidades que o levaram à presidência do PSDB. Além disso, sempre se revelou um ser humano de espírito ativo, mas conciliador", disse Raupp.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), aliado de Guerra, disse que o Brasil e Pernambuco perdem uma de suas "mais significativas lideranças políticas". Único tucano presente ao plenário do Senado, Dias lembrou que Guerra não se afastou da presidência do partido mesmo em meio ao tratamento contra o câncer, abrindo caminho para o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se eleger para o comando da sigla. "Foi um dos líderes mais influentes do PSDB nos últimos anos. Foi, certamente, influente e decisivo na escolha de José Serra, candidato a presidente da República, como foi também decisivo, recentemente, na escolha de Aécio Neves para presidir o PSDB, sucedendo-o, e para se colocar como nosso candidato à Presidência da República. A influência de Sérgio Guerra deve ser reconhecida nesses episódios", afirmou Dias.A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) disse que os três pré-candidatos à Presidência da República --Dilma Rousseff (PT), Aécio e Eduardo Campos (PSB)-- divulgaram notas exaltando os feitos políticos do tucano, o que comprova sua capacidade de conciliação. "Nós, gaúchos, somos os chamados 'pernambucanos a cavalo'. Os pernambucanos são chamados de 'gaúchos a pé'."

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