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Terror em São Paulo

MP dá 72 horas para ter lista dos mortos

Polícia de São Paulo terá que entregar também boletins de ocorrência, para investigação de possíveis abusos na reação aos atentados. Defensoria diz que corpos têm sinais de execução

O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial, acaba de determinar prazo de 72 horas para que as polícias Civil e Militar de São Paulo encaminhem a lista dos mortose os boletins de ocorrência correspondentes aos confrontos ocorridos entre os dias 13 e 18 passados. A determinação faz parte de procedimento administrativo destinado a apurar eventuais abusos praticados pelas polícias Civil e Militar durante à repressão aos ataques do crime organizado em São Paulo.

O delegado geral da Polícia Civil, Antonio Carlos Desgualdo, está sendo oficiado a entregar em 72h sua lista de mortos e as cópias dos boletins de ocorrência. O MP deu prazo de 5 dias para que também sejam enviadas as cópias da instauração de inquéritos.

Ao comandante geral da PM, Elizeu Eclair, está sendo determinada a entrega em 72 horas dos talões de ocorrência lavrados sobre as mortes, assim como a lista dos mortos. Também deverá entregar cópias das portarias de instaurações do inquérito.

Ao Instituto Médico Legal é determinada a entrega em 5 dias das cópias de todos os laudos relativos à mortes violentas.

Das 107 mortes ocorridas em confronto entre policiais e suspeitos, a maioria foi registrada na capital paulista .

Em entrevista ao SPTV, o defensor público Pedro Gilberti afirmou que alguns laudos do IML indicam lesões compatíveis com ato de execução. Para ele, no entanto, é cedo ainda para tirar conclusões. Gilberti explicou que a Defensoria Pública deverá prestar assistência jurídica à população pobre e orientar sobre seus direitos.

- O papel da Defensoria é fazer valer estes direitos - disse Gilberti, acrescentando que, se comprovadas mortes de inocentes, as famílias serão orientadas a cobrar indenização do Estado.

Segundo o promotor Carlos Cardoso, um grupo de promotores vai acompanhar o caso.

- A falta de transparência é que gera suspeitas e dúvidas. Se houvesse uma postura mais republicana e democrática por parte da Secretaria de Segurança Pública, talvez não houvesse suspeitas - disse.

O promotor explicou ainda que o Ministério Público deverá divulgar todos os laudos e não atuará 'na penumbra', para que não existam dúvidas a respeito do processo.

Na manhã desta segunda-feira, uma mulher que não quis se identificar foi reconhecer o corpo de um primo morto no Instituto Médico Legal (IML). Ela disse ter testemunha de que policiais colocaram quatro jovens num camburão, entre eles o primo dela, que depois apareceram mortos. Contou ainda que o primo foi morto com um tiro na boca, um no coração, um na virilha e um no joelho.

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