
A vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, disse ontem que requisitou as fitas da cerimônia de lançamento do edital do trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro para estudar a possibilidade de entrar com uma ação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A acusação seria de abuso de poder político e uso da máquina pública em favor da candidata do governo à Presidência, a petista Dilma Rousseff. A ação também pode ser feita contra a candidata petista. Sandra Cureau disse que, pelo que ela leu nos jornais, em tese, houve abuso de poder político e uso da máquina pública. "Isso é absolutamente proibido", afirmou. "É absolutamente proibido, nesta época do ano, que em inaugurações se faça propaganda para um candidato. Isso é uso da máquina pública", disse Sandra, ressalvando que falou em tese.
Esse tipo de ação que Sandra Coureau estuda ingressar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se acatada, pode resultar até na cassação da candidatura da pessoa beneficiada pelo uso da máquina, no caso Dilma Rousseff. Pela ação, o presidente Lula pode ser punido com multa e até responder a uma ação por abuso de poder político.
Na última terça-feira, durante a cerimônia oficial de lançamento do edital do trem-bala, o presidente Lula promoveu a candidata Dilma Rousseff, atribuindo a ela a responsabilidade pelo projeto do trem de alta velocidade, batizado com a siga TAV. "A verdade é a seguinte: eu não posso deixar de dizer, aqui, que nós devemos o sucesso disso tudo que a gente está comemorando aqui a uma mulher. Na verdade, nem poderia falar o nome dela porque tem um processo eleitoral, mas a história a gente também não pode esconder por causa de eleição", disse o presidente, em solenidade no Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória do governo. "A verdade é que a companheira Dilma Rousseff assumiu a responsabilidade de fazer esse TAV, e foi ela quem cuidou, junto com a Miriam Belchior, junto com a Erenice [atual ministra da Casa Civil]", continuou Lula, sob aplausos de uma plateia de funcionários comissionados, políticos da base aliada e militantes.



