• Carregando...
Com a denúncia de Nestor Cerveró, passam a ser três os ex-diretores da Petrobras acusados de integrar o esquema criminoso acusado de fraudar licitações, superfaturar contratos e pagar propina para empresários, políticos, doleiros e funcionários públicos | Beto Nociti / Futura Press / Folhapress
Com a denúncia de Nestor Cerveró, passam a ser três os ex-diretores da Petrobras acusados de integrar o esquema criminoso acusado de fraudar licitações, superfaturar contratos e pagar propina para empresários, políticos, doleiros e funcionários públicos| Foto: Beto Nociti / Futura Press / Folhapress

Empreiteiros da Galvão Engenharia e OAS viram réus da Lava Jato

O juiz federal Sérgio Moro acatou no fim da tarde desta segunda-feira (15) mais uma denúncia envolvendo os executivos presos na 7ª fase da Operação Lava Jato. Desta vez, viraram réus os executivos da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, Jean Alberto Luscher Castro, Dário de Queiroz Galvão Filho e Eduardo de Queiroz Galvão, além do doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Essa é a segunda denúncia aceita nesta segunda-feira (15). Pela manhã, a Justiça Federalacolheu a denúncia oferecida contra os executivos do grupoOAS. A primeira denúncia aceita foi na sexta-feira (12), contra os empresários daEngevix.

Leia mais

Sócia britânica da Petrobras questiona Lava Jato sobre contratos

A gigante inglesa do setor petrolífero British Gas (BG Group) encaminhou à Polícia Federal questionamentos sobre as regras de "compliance" e "possíveis repercussões" da Operação Lava Jato envolvendo empresas terceirizadas em contratos do Pré-Sal, na Bacia de Santos. A companhia é uma das principais sócias da Petrobras e se mostrou atenta aos problemas envolvendo seus negócios no Brasil e as empreiteiras denunciadas no maior escândalo de corrupção e propina do país. "O documento de folhas 18/115 trouxe aos autos questionamentos feitos pela British Gas acerca de regras de compliance e possíveis repercussões junto a Operação Lava Jato envolvendo as empresas SBM, Iesa, Engevix, Integra, Ferrostaal e Schahin, potenciais parceiras da multinacional."

Leia mais

MPF pede suspensão de ação penal contra parentes de ex-diretor da Petrobras

O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná pediu nessa (15) ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, a suspensão, por 60 dias, da ação penal envolvendo parentes do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Leia mais

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça, na madrugada desta segunda-feira (15), o ex-diretor da área de Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Os dois são suspeitos de serem intermediadores para o PMDB no esquema de desvio de recursos da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato. Com a implicação de Cerveró, passam a ser três a quantidade de ex-diretores da estatal acusados formalmente de integrar o esquema criminoso acusado de fraudar licitações, superfaturar contratos e pagar propina para empresários, políticos, doleiros e funcionários públicos. Os outros dois ex-diretores da Petrobras já envolvidos são Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços), o primeiro ligado ao Partido Progressista (PP) e o segundo ao Partido dos Trabalhadores (PT) de acordo com a investigação. Os dois chegaram a ser presos, mas Costa atualmente cumpre prisão domiciliar e Duque foi solto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Cerveró e Baiano foram denunciados por lavagem de dinheiro e corrupção. Também foram acusados o doleiro Alberto Youssef e o executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal. Os procuradores pedem o ressarcimento de R$ 296,8 milhões em indenização pelos danos causados ao erário. Trata-se da sexta denúncia apresentada pelo MPF na segunda fase da Lava Jato. O próximo passo é o juiz federal Sérgio Moro decidir se há, ou não, fundamento para se iniciar uma ação penal.

Com a acusação, a diretoria de Internacional se torna a segunda da estatal a ser formalmente denunciada à Justiça Federal por participação no esquema apurado na Operação Lava Jato. A primeira foi a diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa, que seria ligada à cota do PP. Na semana passada, o MPF apresentou cinco denúncias à Justiça, com 36 pessoas, envolvendo apenas a diretoria de Costa. Todas já foram aceitas pela Justiça.

"Após mais de nove meses de investigação, apurou-se que, no âmbito da Petrobras, o pagamento de propina em contratos de grande valor, como é o caso destes autos, era endêmico e usual nas Diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional", escreveu o MPF na denúncia. A reportagem da Gazeta do Povo apurou que o MPF não deve apresentar novas denúncias antes do recesso forense, que começa neste sábado (20). Com isso, o envolvimento da diretoria de Serviços, que seria responsável pelo direcionamento de parte da propina para o PT, deve ficar para 2015.

Junto com as denúncias, o MPF também deve deve entrar com ações civis de improbidade administrativa contra as empreiteiras e funcionários da Petrobras. Nestes casos, são penalizados os funcionários públicos e de empresas privadas que atuaram para desviar dinheiro público. As penalidades podem resultar em multas milionárias e em ressarcimento do dano, suspensão de direitos políticos e proibição de contratar com o poder público. Fontes ouvidas pela reportagem, porém, acreditam que estas ações também devem ficar para depois do recesso.

Denúncia

Segundo a denúncia, Cerveró e Baiano teriam intermediado o pagamento de US$ 40 milhões em vantagens indevidas para agentes públicos. Eles teriam mediado o pagamento de propina para facilitar da contratação de dois navios da empresa coreana Samsung Heavy Industries. A primeira negociação foi em 2006.

Os dois teriam recebido US$ 15 milhões de Camargo para que a Petrobras contratasse junto a Samsung um navio-sonda no valor de US$ 586 milhões, usado para a perfuração de poços em águas profundas na África. Em 2007, teria ocorrido uma negociação similar envolvendo os mesmos personagens. Dessa vez, o valor da propina teria sido de US$ 25 milhões. O navio foi contratado por US$ 616 milhões e usado pela estatal na perfuração de poços no Golfo do México.

Ainda segundo a denúncia, parte desse dinheiro, US$ 3,1 milhões, teria sido lavado e remetido ao exterior de forma ilegal por Youssef.

Os advogados dos citados na denúncia não foram localizados pela reportagem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]