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Monte Carlo

MPF suspeita que Andressa é laranja de Carlos Cachoeira

Ministério Público Federal pediu que a PF investigue uso do nome da namorada do bicheiro na negociação de uma fazenda

Andressa  prestará depoimento à CPI do Cachoeira no dia sete | FolhaPress
Andressa prestará depoimento à CPI do Cachoeira no dia sete (Foto: FolhaPress)

Andressa Mendonça, a loira que provocou alvoroço na CPI do Cachoeira, pode ser mais do que uma simples namorada do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Na última quarta-feira, o Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal que abra inquérito para apurar o suposto uso de Andressa como laranja de Cachoeira. Documentos apreendidos na Operação Monte Carlo indicam que Cachoeira negociou a compra de uma fazenda de R$ 20 milhões entre Luziânia e Santa Maria, a cem quilômetros de Brasília, e passou para o nome da namorada.

Diálogos interceptados na operação mostram que Cachoeira planejava fracionar e revender pequenos lotes da propriedade. A venda de todos os lotes poderia render R$ 58 milhões ao bicheiro – um lucro de quase R$ 40 milhões. Um dos documentos obtidos pela polícia indica que Cachoeira ofereceu como entrada três carros Mitsubishi, e o restante seria dividido em parcelas de R$ 65 mil por mês a partir de março deste ano até a legalização da fazenda. A terra está sendo pleiteada pelos supostos proprietários por usucapião em um processo que tramita em Brasília.

Conversa

Em 2 de fevereiro, 26 dias antes de ser preso, Cachoeira tratou da compra da fazenda com Andressa. O diálogo foi gravado na Operação Monte Carlo. O bicheiro orienta a namorada a passar alguns dados pessoais para Geovani Pereira da Silva, contador da organização.

"Pega a empresa sua, passa pro Geovani o nome, CPF, tudo, pra escriturar 25% de uma área que nós compramos aqui, e põe ela no ramo imobiliário, tá! Loteamento, essas coisas, ok?", orienta o contraventor.

Procurada pela reportagem, a namorada de Cachoeira se defendeu com o argumento de que o contrato de compra e venda, com data de 30 de janeiro deste ano, não está assinado.

"Este contrato está assinado? Não está. Não existe imóvel nenhum. Não tem nada no meu nome. Eu bem que gostaria de ter uma fazenda para lazer com meus filhos no fim de semana, mas não tenho. Provavelmente era uma vontade do Carlos", disse.

Andressa será a primeira pessoa a ser ouvida no retorno das atividades da CPI do Cachoeira, no próximo dia 7 de agosto. Para o dia seguinte, a comissão agendou o depoimento da empresária Andréa Aprígio, ex-mulher de Cachoeira. Além dela, os deputados e senadores da comissão querem também ouvir na mesma data o depoimento de Rubmaier Ferreira de Carvalho, suposto integrante da quadrilha de Cachoeira.

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