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Terra

MST faz protesto contra agronegócio em criadouro da Avestruz Master em Pernambuco

Cerca de 200 militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocuparam nesta quinta-feira a fazenda Marapicu, onde funciona o maior criatório da Empresa Agrocomércio e Representações Avestruz Ltda em Pernambuco. Com foices, facões, enxadas e porretes, eles derrubaram a cerca da propriedade e a placa que sinaliza a entrada da Avestruz Master, às margens da rodovia estadual PE-50, a 51 quilômetros de Recife.

Ao contrário das outras 19 ocupações realizadas essa semana, o MST não montou acampamento no local, justificando que o ato foi apenas um protesto contra o agronegócio, a exemplo do que já ocorreu no Rio Grande do Sul, onde na quarta-feira passada os sem-terra depedraram o laboratório e viveiro florestal da Aracruz Celulose. - Isso aqui é o melhor exemplo da financeirização da agricultura. Não é preciso trabalhar. Basta criar um projeto, convocar as pessoas a investirem e enganar todas elas. Isso aqui é um símbolo do agronegócio e a produção pode parecer real devido ao número de animais aqui observados, mas a maior parte é virtual, não existe - acusou o coordenador regional do MST, Jaime Amorim, que liderou a ocupação.

Ele afirmou que o MST não vai se intimidar diante das repercussões negativas por conta da destruição na Aracruz, onde uma pesquisadora disse ter perdido 20 anos de estudos. A depedração foi no município de Barra do Ribeiro, a 56 quilômetros de Porto Alegre.

- Não estamos preocupados com a imagem do MST. Se essa pesquisadora fosse séria não tinha se vendido a uma multinacional, que adota a monofloresta. O Brasil não pode ficar refém da produção de pinho e eucalipto, até porque todos sabem que essa última espécie é danosa ao meio ambiente, tornando árido o solo onde ela é plantada. Florestas homogêneas acabam com a biodiversidade e reduzem as espécies de animais. De monocultura já basta a da cana em Pernambuco - disse.

- Se o ato lá no Rio Grande do Sul arranhou a nossa imagem não nos faz mal. O que interessa é levar ao centro da discussão produtos transgênicos, o agronegócio e as florestas homogêneas - disse Jaime.

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