
A mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, usou o direito de permanecer calada e não prestou depoimento ontem à CPI do Cachoeira. Ela tinha sido convocada na condição de investigada, depois de ter tentado intimidar um juiz de Goiás para liberar o marido da prisão. Com o silêncio de Andressa, quem roubou a cena foi a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Na primeira sessão da CPI do Cachoeira, depois de um mês de recesso, a senadora desafiou a mulher do contraventor a apresentar o dossiê que Andressa teria dito que possuia e que prejudicaria Kátia.
Em outras ocasiões, a mulher de Cachoeira teria afirmado possuir um levantamento com supostas provas de que Kátia Abreu teria pedido contribuições ao jogo do bicho. Andressa teria dito que a senadora "não saía da casa de Cachoeira e teria pedido dinheiro para a campanha". À CPI, a senadora afirmou também que recebeu ameaças em seu gabinete, originadas de um telefone público localizado em Taguatinga, cidade a 20 quilômetros de Brasília.
"É uma tentativa de me amedrontar. Não tenho medo dela e de seu comparsa", disse a senadora, ao informar que protocolou uma interpelação contra Andressa, em Goiânia. "Carminha e Max só na TV. Não vão jogar meu nome no lixão", completou Kátia Abreu, numa referência à novela Avenida Brasil.
Andressa Mendonça decidiu usar do direito constitucional de ficar calada durante o depoimento. A atitude irritou Kátia Abreu, que, sentada na primeira fila, xingou a mulher de Cachoeira enquanto ela deixava a sala da comissão. "Mentirosa e cascateira", gritou a senadora.
Escutas
O outro depoente, Joaquim Gomes Thomé Neto, acusado de ser um dos responsáveis pelas escutas telefônicas que favoreceriam os negócios de Cachoeira, também ficou em silêncio.



