A Justiça condenou a doméstica Angélica Aparecida Souza, de 19 anos, a quatro anos de prisão em regime semi-aberto por ter tentado roubar um pote de manteiga. Ela afirmou que o ato foi de desespero, pois não agüentava ver o filho de 2 anos passar fome.
O crime ocorreu em 16 de novembro do ano passado, no Jardim Maia, na zona leste. Angélica entrou no mercado e foi surpreendida pelo dono, Dadiel de Araújo, com o pote de 200 gramas de manteiga escondido no boné. O proprietário diz que Angélica o teria ameaçado de morte quando foi flagrada.
A polícia foi chamada e a doméstica, desempregada, passou 128 dias no Cadeião de Pinheiros. Seu advogado, Nilton José de Paula, pediu liberdade provisória para Angélica por quatro vezes. As quatro foram negadas. Ele recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça, alegando que ela não tinha antecedentes. Quatro meses depois, ela foi libertada.
Agora, Angélica foi condenada a cumprir pena em regime semi-aberto - em que a presa sai da cadeia durante o dia para trabalhar e volta à noite. O advogado de Angélica vai recorrer da sentença.
A prisão de Angélica levantou um debate sobre a aplicação das leis no país e as decisões da Justiça.
Aranhas
Nesta quinta-feira, por exemplo, a Polícia Federal (PF) apreendeu, em São Paulo, 60 aranhas tarântulas, 2 escorpiões e um jabuti. Os animais estavam na casa de Guilherme Galhardo, designer, e eram vendidas pela internet a pessoas de países como Estados Unidos, Tailândia e Espanha. Trata-se de um crime ambiental.
Galhardo será intimado para indiciamento na Lei de Crimes Ambientais. A pena máxima para o crime é de dois anos de prisão. No Brasil, condenações de até 2 anos não levam o cidadão para a cadeia. A pena é automaticamente substituída por uma pena alternativa, como doação de cestas básicas ou trabalho comunitário.
Segundo a delegada Cecília Machado, a PF chegou a Galhardo depois de um alerta da polícia americana, que prendeu um homem que adquiriu um lote de 35 tarântulas do Brasil. No início de outubro, o U.S. Fish and Wildlife Service, órgão subordinado ao Departamento do Interior dos Estados Unidos, encaminhou à PF brasileira as informações sobre a remessa de aranhas, que havia sido feita em São Paulo.
Com isso, policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio-Ambiente e Patrimônio Histórico realizaram investigações e identificaram o responsável pela remessa ilegal de animais, identificado inicialmente apenas como 'Lord Spider'. Durante as buscas, foram apreendidos também computadores utilizados. As aranhas e escorpiões apreendidos foram encaminhados ao Instituto Butantã.



