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Horário eleitoral

Na tevê, Beto “inova” ao se autocriticar

Prefeito mostrou eleitores cobrando vagas em creches e asfalto nas ruas. Estratégia é neutralizar ataques dos adversários para pedir mais 4 anos de mandato

Beto Richa, na tevê, segurando o plano de governo: destaque para suas realizações | Reprodução
Beto Richa, na tevê, segurando o plano de governo: destaque para suas realizações (Foto: Reprodução)

O prefeito Beto Richa (PSDB), que tenta a reeleição, abriu o horário eleitoral dos candidatos à prefeitura de Curitiba se defendendo de futuros ataques. Logo no início do programa foram utilizados vídeos mostrando reclamações da população a respeito de dois dos "calos mais doloridos" da gestão de Richa: falta de vagas nas creches municipais e falta de asfalto nas ruas da cidade. Depois da mea-culpa, Beto fez o discurso padrão de um candidato à reeleição: "muito se fez nos quatro anos de gestão, mas esse período ainda é pouco, por isso mais quatro anos seriam ideais para continuar o trabalho". Nada de inovador.

Com o maior tempo no horário eleitoral, quase 12 minutos, o tucano teve minutos suficientes para destacar sua realizações, expor suas propostas para saúde, transportes, educação e segurança, falar da sua família, agradecer os governos federal e estadual – o nome de Lula foi até citado, mas não o de Requião – lembrar do pai, José Richa, e ainda retomar as propostas no fim do programa.

Era, então, a hora dos oposicionistas. Quem, contudo, esperou ataques mais pesados ou denúncias contra a atual gestão teve de se contentar com críticas genéricas e comedidas. A estratégia de Gleisi Hoffmann (PT), principal adversária do tucano, não foi das mais originais. Em cinco minutos, a petista fez críticas à administração e propôs mudanças para a cidade que, segundo ela, parou no tempo. O fato de ser a única mulher na disputa não foi destacado, mas o jingle ressaltava ao espectador que ela é uma mãe dedicada. Gleisi fez questão de lembrar das últimas eleições e agradecer os votos que recebeu como candidata ao Senado. Como era de se esperar, o presidente Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparecerram na propaganda de Gleisi para legitimarem a candidatura dela, assim como o deputado federal Ângelo Vanhoni, Jorge Samek, presidente de Itaipu, e o ministro do Planejamento (e marido), Paulo Bernardo. A novidade, se é que pode ser assim chamada, ficou por conta das cores escolhidas para o programa: tons pastéis em que nada lembravam o vermelho PT, com exceção do terno da ministra.

O programa do terceiro colocado na corrida, Fabio Camargo (PTB), não justificou o R$ 1,5 milhão reservado à campanha na tevê. Quem esperava ver os efeitos especiais, a computação gráfica e, principalmente, o helicóptero ficou a ver navios, tendo de se contentar com Fabio sentado no sofá de casa, falando da sua vida de vendedor de bombons nos tempos de faculdade, da família, do pai e da Curitiba dos sonhos. Foi o que coube em dois minutos.

O governador Requião fez a apresentação de Carlos Moreira (PMDB), que insistiu nos temas saúde e educação, como médico e ex-reitor da Universidade Federal do Paraná que é.

Com menos de dois minutos cada, aos demais candidatos restaram uma apresentação rápida e poucas propostas. Lauro Rodrigues (PTdoB) se desculpou pelo branco que teve no debate na Band TV, como já havia anunciado que faria. Bruno Meirinho (PSol), em um estúdio que de fundo tinha apenas o eco da sua voz, lembrou o rompimento com o PT. Maurício Furtado (PV) teve a apresentação do presidente do diretório regional, Melo Viana, e Ricardo Gomyde (PCdoB) levantou a bandeira do esporte, contando, inclusive, com o apoio da equipe feminina de ginástica artística.

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