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Embora já conte com uma ampla base aliada no Congresso Nacional, Michel Temer tem se empenhado pessoalmente, em especial nesta reta final, para garantir a aprovação da PEC 241. No último dia 27, Temer chamou todos os líderes da base aliada para um jantar no Palácio da Alvorada, na primeira estreia do espaço após a saída de Dilma Rousseff, mais de um mês atrás. Além dos líderes da base, parlamentares mais resistentes à PEC – ou com um histórico de “traições” - também foram convidados. Estava lá, por exemplo, o paranaense João Arruda (PMDB), único membro da Executiva Nacional do PMDB a votar contra o “fechamento de questão”, decisão que na prática obriga os deputados federais da legenda a votarem de acordo com a orientação da sigla, sob risco de sofrerem expulsão.

“Fui voto vencido e agora vou seguir a vontade da maioria. Vou votar a favor da PEC”, diz Arruda, que recentemente, contrariando o desejo do Planalto, se posicionou contra o novo modelo de negociação das dívidas dos estados e contra o fim da participação obrigatória da Petrobras como operadora de todos os blocos de pré-sal. “Mas nas duas situações não havia fechamento de questão. No caso da PEC, a ressalva que eu faço é em relação à falta de investimento público. Eu acho que, para sair da recessão, o investimento público é necessário. Mas é uma visão”, justifica ele.

Outros partidos, como PSDB, DEM, PP, PR, PSD, também já fecharam ou vão fechar questão. A iniciativa foi tomada depois do encontro no Palácio da Alvorada, que serviu para subsidiar os líderes com os números do Planalto. No jantar, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Henrique Meirelles (Fazenda) assumiram um “PowerPoint” para mostrar os dados nada positivos à plateia de políticos, como aqueles relativos à evolução das despesas. Os líderes também saíram de lá com um discurso unificado.

Às vésperas da votação, domingo (9) à noite, outro jantar ocorreu no Palácio da Alvorada. Desta vez, foram convidados todos os parlamentares da base aliada – ou seja, integrantes de 20 dos 27 partidos políticos com representação na Câmara dos Deputados. A ideia do Planalto é tentar carimbar o mote de que somente a “união de forças” pode tirar o País da crise e que o Congresso Nacional é o “protagonista” deste momento.

Na conta dos líderes aliados, o Planalto já teria o voto de cerca de 340 deputados federais, número superior ao necessário (308). Por se tratar de uma modificação no texto da Constituição Federal de 88, são necessários ao menos dois turnos de votação – na Câmara dos Deputados e no Senado – e o apoio de no mínimo três quintos dos parlamentares.

MEIRELLES NA TV

Paralelamente ao “corpo a corpo” feito pelo presidente da República e seus auxiliares, Henrique Meirelles (Fazenda) também foi à televisão, para fazer um pronunciamento em defesa da PEC. Conteúdo semelhante também foi parar em publicidade nos veículos de comunicação, o que gerou críticas da oposição, por conta dos gastos.

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