• Carregando...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuou nesta sexta-feira sua visita a estados do Nordeste para anunciar a liberação de verbas federais para obras de urbanização de favelas e saneamento básico. Os recursos são provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em discurso exaltado, Lula rebateu as críticas aos investimentos e afirmou que, em quatro anos e meio de mandato, conseguiu consertar o país. Para isso, segundo ele, não foi feito nenhum milagre: apenas olhou para os mais pobres e repartiu os recursos de forma mais justa.

- Nós consertamos o país e não fizemos nenhum milagre. Apenas tentamos repartir, de forma mais justa, o pão deste país. Apenas começamos a olhar que pobre não pode ser tratado como moeda eleitoral - afirmou o presidente.

Um dia depois de pedir civilidade na política, Lula afirmou que está percebendo que o "país está com uma classe política cada vez mais civilizada" e acrescentou que nunca falou mal do Congresso:

- Talvez eu seja o único presidente que não tenha falado mal do Congresso nenhuma vez. Os presidentes, quando as coisas apertam, jogam a culpa no Congresso. Dou graças a Deus que temos ele, com seus defeitos e suas virtudes. Porque se não, teremos uma ditadura. E uma ditadura é muito pior que a democracia com o Congresso - disse.

Para justificar investimentos em saneamento básico, Lula disse que as favelas parecem o "mundo cão levado às últimas consequências", e que apesar de habitadas por trabalhadores honestos, essas comunidades têm sido "reprodutoras" de mais violência.

- Houve um tempo em favela era uma coisa poética. Hoje, embora more uma maioria de pessoas honestas e trabalhadores, a gente percebe que as favelas mais violentas são reprodutoras de mais violência - disse o presidente.

Depois de tentar fugir das vaias no Rio Grande do Sul, para onde cancelou viagem durante a semana, o presidente acabou ouvindo, na quinta-feira, protestos em Aracaju. Um grupo de 11 servidores do Incra em greve vaiou o presidente no centro de convenções, onde havia cerca de cinco mil pessoas. Mais tarde, em João Pessoa, criticou adversários políticos.

Nesta sexta, Lula não viu o protesto de servidores públicos que aconteceu do lado de fora do centro de convenções de Natal.

Para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que acompanha o presidente na viagem pelo Nordeste, protestos são normais e estão assegurados num regime democrático. Lula afirmou que está percebendo que o "país está com uma classe política cada vez mais civilizada" e acrescentou em discurso:

- A classe política está cada vez mais compreendedora de que a gente tem o momento de briga, o momento de eleição, e depois o de cumprirmos as promessas de campanha - afirmou o presidente, completando que a pátria não pode ser governada como se fosse um grupo de amigos.

Mais uma vez, antes de abrir a cerimônia de liberação de recursos, o presidente pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do acidente com o avião da TAM. Lula não deu entrevistas e seguiu para Teresina, onde passará a tarde.

Presidente anuncia mais de R$ 1 bilhão em investimentos

No Rio Grande do Norte, Lula assinou acordos para realização de obras de saneamento básico e urbanização de favelas previstas no PAC. Ao todo, serão investidos R$ 649,3 milhões no estado, sendo R$ 568,1 milhões do governo federal, R$ 34,7 milhões do governo estadual e R$ 46,5 milhões dos 12 municípios contemplados. Os recursos federais incluem R$ 342,3 milhões de financiamentos e R$ 225,8 milhões do Orçamento federal.

Segundo o governo, os projetos vão beneficiar 1,5 milhão de pessoas que vivem em Natal e nos municípios de Mossoró, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Açu, Angicus, Canguaretama, Currais Novos, Goianinha, João Câmara, Nova Cruz e São José de Mipibú. As obras prioritárias são a ampliação dos sistemas de esgotamento sanitário de Natal e Parnamirim, a despoluição das praias, ampliação do sistema de abastecimento de água e a remoção de moradias localizadas em beiras de córregos e outras áreas consideradas de risco.

Em Teresina, serão anunciados investimentos do PAC para obras de saneamento e urbanização de favelas. Os recursos são da ordem de R$ 365,2 milhões, sendo R$ 321,8 milhões do governo federal, R$ 20,1 milhões do governo estadual e R$ 23,3 milhões dos municípios. Os investimentos federais incluem R$ 204,4 milhões do Orçamento da União e R$ 117,4 milhões em financiamentos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]