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Clima de campanha

No Rio, Dilma reforça laços com PMDB

Presidente defendeu parceria entre governos ao inaugurar conjunto habitacional. Dissidentes peemedebistas não compareceram ao evento

Dilma no Rio: pré-candidato do PT ao governo do estado não compareceu ao evento | Tânia Rêgo/Agência Brasil
Dilma no Rio: pré-candidato do PT ao governo do estado não compareceu ao evento (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A presidente Dilma Rousseff usou a inauguração de um conjunto habitacional do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Manguinhos, na zona norte do Rio, ontem, para reforçar sua aliança política com o PMDB fluminense. Ela participou de uma cerimônia de entrega de chaves a moradores ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes, do governador Luiz Fernando Pezão, candidato do PMDB à reeleição, e do ex-governador Sérgio Cabral. Mesmo sem ocupar nenhum cargo atualmente, o antecessor de Pezão sentou-se ao lado da presidente e fez um discurso. Cabral é pré-candidato ao Senado na chapa de Pezão.

Dilma afirmou que a conclusão de um empreendimento como aquele, um conjunto de 564 apartamentos, só foi possível por causa da "parceria" estabelecida ainda no governo Lula com o governo de Cabral, em 2006, que foi complementada, segundo ela, pela eleição de Eduardo Paes, em 2008. O prefeito, Cabral e Pezão também fizeram discursos defendendo a aliança entre PT e PMDB no Rio.

"Quanto todos dão as mãos, as coisas acontecem. Quanto essa cidade e esse estado pagaram por brigas de prefeito que não falava com o governador, que não falava com o presidente?", discursou Pezão, que atribuiu a Cabral o estabelecimento de um clima harmonioso entre as três esferas de governo no Rio e chegou a chamá-lo de "generoso".

Apesar do esforço de Paes, Cabral e Pezão em demonstrar entrosamento com Dilma, não compareceram aos eventos da presidente no Rio nenhum dos peemedebistas que engrossam a dissidência liderada pelo presidente regional do partido, Jorge Picciani, em direção à campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB) no movimento apelidado de "Aezão". Os únicos peemedebistas eram o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe, e o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Mello. O senador Lindbergh Farias, pré-candidato do PT ao governo estadual e motivo da divisão, não participou da agenda.

Dilma inaugurou a primeira fase do conjunto habitacional construído no terreno da antiga fábrica da CCPL, em Manguinhos, demolida em 2011 para a construção do residencial. As obras custaram R$ 83 milhões, de acordo com o governo do estado do Rio.

Inauguração tem protesto de servidores

Agência Estado

Cerca de 100 servidores federais das áreas de saúde e educação, além de integrantes da Frente Internacional dos Sem Teto, protestaram durante a inauguração do conjunto habitacional da antiga fábrica da CCPL, em Manguinhos, no Rio. Com balões, cartazes, faixas e carro de som, os ativistas pediam para "Dilma negociar". Militares das Forças Armadas e policiais militares do Batalhão de Choque cercaram a entrada do conjunto habitacional e fizeram uma corrente para impedir a passagem dos manifestantes. Apesar do bloqueio, não houve tumulto.

O grupo ainda criticou os gastos com a Copa. "É um absurdo que as obras da Copa tenham custado bilhões enquanto os nossos hospitais estão caindo aos pedaços, sem condições de atender a população com qualidade, além dos maus salários dos servidores", lamentou Cristiane Gerardo, do Sindsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro).

A comitiva da presidente, no entanto, só passou de carro em meio à manifestação na porta do conjunto. Dilma não falou com os ativistas, nem com jornalistas.

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