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Caso Eduardo Jorge

Nome de funcionária suspeita de quebra de sigilo é revelado

Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB: tucanos suspeitam que quebra do sigilo dele alimentaria dossiê contra José Serra | André Dusk/AE
Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB: tucanos suspeitam que quebra do sigilo dele alimentaria dossiê contra José Serra (Foto: André Dusk/AE)

Funcionários da delegacia da Receita Federal em Santo André, no ABC Paulista, informaram ontem o nome da analista tributária que está sob investigação da corregedoria do órgão por suposta participação na quebra de sigilo do vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Trata-se da servidora Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva, de 45 anos, há 15 na Receita.Antonia era, até 2 de julho, chefe da agência do Fisco em Mauá (SP). Foi afastada do cargo e, dez dias depois, entrou em férias. A esse momento, já haviam sido divulgadas notícias da produção, pelo PT, de um dossiê que supostamente seria usado contra o candidato a presidente tucano, José Serra.

Segundo o PSDB, informações do Imposto de Renda de Eduardo Jorge foram acessadas ilegalmente para serem usadas no dossiê, produzido por um grupo de inteligência do PT com o intuito de atingir a candidatura de Serra. A candidata do PT, Dilma Rousseff, nega que ela ou sua coordenação tenham ordenado a produção do dossiê.

Apesar da acusação dos tucanos, o corregedor da Receita, Antonio Carlos D’Ávila, disse ontem que, em princípio, a suspeita contra a funcionária é isolada e nada indica que haja dentro da instituição uma célula política fazendo espionagem a serviço da candidatura de Dilma. "Somos a instituição de Estado que mais pune servidores envolvidos e atos ilegais", disse o corregedor. Nos últimos dez anos foram aplicadas mais de 800 suspensões e demissões. "O vazamento de sigilo é dos casos graves para os quais aplicamos a pena mais dura."

Sindicância feita pela Corregedoria da Receita revelou que dados do IR do tucano foram acessados várias vezes dentro do órgão, mas que apenas o feito por Antonia foi "imotivado". O corregedor da Receita explicou que os servidores do Fisco têm senha de acesso para pesquisar dados de qualquer contribuinte, desde que haja motivação legal e objetiva para isso. A pesquisa feita por Antonia não se enquadra nisso.

Sem lembranças

Segundo informações preliminares apurada pela reportagem, Antonia não é filiada a nenhum partido. A atividade política mais destacada da servidora foi ter sido dirigente do Sindireceita, o sindicado dos funcionários do Fisco, entre 2005 e 2007. O sindicato não é vinculado a nenhuma central sindical.

Ao atual presidente do Sindireceita, Hélio Bernardes, Antonia disse não se lembrar de ter consultado os dados fiscais do tucano Eduardo Jorge.

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