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Novo ministério

Nomeação de Balbinotti para Agricultura na corda bamba

Integrantes da bancada peemedebista alegam que a indicação não saiu da Câmara e que a escolha de Balbinotti se deveu ao apoio dos governadores Blairo Maggi (MT) e Roberto Requião (PR)

O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), participa na tarde desta sexta-feira de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a nomeação do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura. Após a cerimônia de posse dos três novos ministros da Justiça, Integração Nacional e Saúde, o presidente do PMDB Michel Temer garantiu que o partido deixaria Lula à vontade para decidir sobre o destino de Balbinotti, que responde a processo por falsidade ideológica no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente disse que, por ora, a nomeação está mantida, mas como a posse está marcada apenas para a próxima quinta-feira, pode haver mudanças.

- Está nas mãos do presidente. Se ele decidir rever, tem outros cinco nomes - disse Temer, que teria sido informado de que mais denúncias poderão vir contra o ruralista no fim de semana.

Balbinotti, porém, já começa a perder o apoio de deputados da bancada de seu próprio partido, que falam em desistência o quanto antes para evitar mais desgaste, disseram três fontes do PMDB à agência Reuters na condição do anonimato. Mais cedo, a bancada do PMDB se reuniu na Câmara e alguns integrantes avaliaram que o desgaste será maior se a espera se estender até segunda-feira.

- A melhor saída para ele é desistir entre hoje e amanhã (sexta e sábado) - disse à Reuters um parlamentar do PMDB que pediu para não ser identificado.

De acordo com o líder do PMDB, o futuro da pasta deve ser decidido ainda nesta sexta-feira.

- Vamos aguardar as próximas horas - disse Henrique Eduardo Alves (RN).

Para o vice-presidente da República, José Alencar, Balbinotti precisa convencer a sociedade de que tem condições de assumir a pasta.

- Eu não posso, de forma alguma, entrar em nenhum detalhe que possa eventualmente macular o seu nome, porque eu não conheço a questão, mas penso que nenhum homem público pode deixar de ter a sua vida rigorosamente transparente. Não tenho nenhuma opinião a respeito disso (assumir com processo). Isso é uma questão, se foi levantada uma dúvida, está diretamente ligada a ele e ao presidente. É preciso que haja uma forma para convencer a sociedade de que ele é um homem que está em condições de assumir o ministério - afirmou.

Integrantes da bancada peemedebista alegam que a indicação não saiu da Câmara e que a escolha de Balbinotti se deveu ao apoio dos governadores Blairo Maggi (MT) e Roberto Requião (PR). Entendem os deputados que um eventual veto ao parlamentar não atingiria a bancada como um todo.

O presidente Lula ainda precisa desatar outros nós. Ele ainda não escolheu os sucessores de Luiz Fernando Furlan, no Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e de Tarso Genro, nas Relações Institucionais. Sobre Pedro Britto, que sai da Integração Nacional, o presidente disse que ele terá muito mais trabalho, numa indicação de que ele assumirá em breve a recém-criada Secretaria Nacional de Portos.

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