O ministro do Turismo, Pedro Novais, volta ao Congresso amanhã para tentar explicar as denúncias de corrupção envolvendo a pasta, que levaram a Polícia Federal a prender 36 pessoas no início do mês, incluindo integrantes do alto escalão do ministério. Depois de ter falado aos deputados na semana passada, desta vez Novais será recebido pelos senadores da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo.
Novais foi inicialmente convocado pelo líder do PSDB na Casa, senador Alvaro Dias (PR), mas senadores da base aliada do governo transformaram o requerimento em convite, atendendo orientação do Palácio do Planalto. Novais é o quarto ministro a comparecer ao Senado para prestar esclarecimentos sobre denúncias de corrupção.
Numa tentativa de demonstrar que está retomando o controle da pasta, Novais exonerou, na sexta-feira, quatro servidores que estão sendo investigados na operação da Polícia Federal: Antonio dos Santos Junior, Freda Azevedo Dias, Kátia Terezinha Patrícia da Silva e Kérima Silva Carvalho.
O ministro também solicitou à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a exoneração da diretora do Departamento de Qualificação, Certificação e Produção Associada ao Turismo do Ministério do Turismo, Francisca Regina Magalhães Cavalcante. As exonerações devem ser publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, defendeu ontem o afastamento de Pedro Novais do cargo. Ele comparou as denúncias de corrupção no ministério às que atingiram e derrubaram outros ministros como o dos Transportes e da Agricultura.
Uma emenda do então deputado Pedro Novais vai beneficiar uma empreiteira-fantasma no município de Barra do Corda (MA). Ele destinou R$ 1 milhão para a construção de uma ponte na cidade sem potencial turístico.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), um dos fiadores da indicação de Novais para o Turismo, disse que a saída do cargo "é uma decisão do ministro", mas que considera não haver envolvimento dele com as denúncias de corrupção.



