A diretoria-geral do Senado tomou ontem uma decisão polêmica: restringiu o acesso dos jornalistas a informações administrativas da Casa. A medida, tomada pelo diretor-geral do Senado, José Alexandre Lima Gazzineo, foi interpretada como uma tentativa de burocratizar o acesso a informações e, assim, conter a onda de escândalos que atinge a Casa desde que o ano legislativo começou, em fevereiro.
Grazzineo criou novas regras para esclarecer as dúvidas e os pedidos de dados formulados pelos jornalistas. A partir de agora, as demandas dos profissionais da imprensa terão que ser formalizadas com um ofício da empresa para qual prestam serviço e encaminhadas com antecedência. O prazo para resposta é de até cinco dias. As medidas dificultam, por exemplo, a confirmação de nomes de funcionários e detalhamento de gastos da Casa.
A diretoria-geral argumenta que as mudanças têm o objetivo de criar normas para o serviço, uma vez que o número de solicitações é muito grande e os técnicos precisam de tempo para respondê-las.
O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), responsável pela administração da Casa, afirmou que a decisão não passou pela Mesa Diretora da Casa. Apesar disso, Heráclito foi informado pela diretoria-geral que o procedimento seria adotado. Isso teria ocorrida há uma semana.
