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Novas siglas pressionam bancadas na Câmara e negociam apoios para 2014

Líderes no Congresso já calculam quantos parlamentares poderão perder para os novos partidos. Solidariedade deve apoiar a candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência

Paulinho da Força, o principal líder do Solidariedade: possibilidade de aliança com Aécio Neves em 2014 | Antônio Cruz/ABr
Paulinho da Força, o principal líder do Solidariedade: possibilidade de aliança com Aécio Neves em 2014 (Foto: Antônio Cruz/ABr)

A autorização para a criação de dois partidos, o Soli­­dariedade e o PROS (Partido Republicano da Ordem Social), começa a pressionar as legendas com representação no Congresso Nacional e já abre negociações para as eleições de 2014. Na terça-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a criação das duas legendas, que nascem envolvidas em suspeitas de irregularidades na obtenção de assinaturas para suas fundações.

Na manhã de ontem, poucas horas depois de o TSE confirmar a criação do Solidariedade, o idealizador da legenda, Paulinho da Força, se reuniu com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), possível candidato do partido à Presidência no ano que vem. O tucano foi o primeiro dirigente partidário procurado por Paulinho após a decisão.

Os dois ressaltaram a possibilidade de se alinharem nas eleições de 2014. "Acho que o Paulinho e eu temos algo em comum, que é a visão de que esse ciclo de governo do PT precisa ser encerrado", afirmou Neves. O senador também ressaltou as "afinidades" entre o PSDB e a legenda recém-criada. "A boa política fala de alianças, alianças programáticas. É o que vamos construir daqui por diante para o processo político e democrático."

Aécio comemorou a possibilidade de o Solidariedade tirar alguns parlamentares de legendas da base aliada do governo Dilma Rousseff. Entre aqueles que devem perder parte da bancada para o novo partido está o PDT e o PSD, que têm cargos no governo federal.

Ontem, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo (CE), já calculava quantos parlamentares o partido deve perder. Com a saída de Paulinho da Força do PDT, a sigla poderá perder cinco parlamentares para o Solidariedade e pelo menos um para o PROS. "Quem tinha que ser convencido foi. Agora é esperar 5 de outubro (prazo final para a troca de partidos) para ver quantos sairão", disse em tom de resignação. "Não há mais expectativas nem estratégias (para segurar parlamentares)".

O deferimento dos novos registros partidários foi o assunto de ontem nos corredores da Câmara. Parlamentares que nas últimas semanas mantinham discretas negociações para mudar de partido já falam abertamente sobre o tema. "Virou mercantilização", criticou Figueiredo.

Até as legendas mais antigas estão se beneficiando com o clima de troca partidária. Ontem, o líder do PR na Casa, Anthony Garotinho (RJ), se revezava entre ligações telefônicas e conversas ao pé do ouvido com deputados interessados em mudar de sigla. "O que sai, entra. Se o PR perder dois ou três (deputados), ganha cinco ou seis", afirmou. De olho no palanque eleitoral de seu Estado, Garotinho tem atuado abertamente para arregimentar parlamentares para o PROS, considerado por ele potencial aliado na sucessão estadual no Rio de Janeiro.

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