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A base para o novo inquérito da Polícia Federal (PF) contra o banqueiro Daniel Dantas são oito páginas do relatório final da Operação Satiagraha que apontam objetivamente para os cotistas do Opportunity Fund, constituído no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. "Existiam cotistas brasileiros no Opportunity Fund, muitos dos quais respondendo a processos por crimes antecedentes à lavagem de dinheiro", assinala o relatório, na página 145. O novo inquérito, recomendado pelo delegado Ricardo Saadi, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF, mira exclusivamente os investidores do fundo.

Segundo o relatório, "ao permitir tais investimentos, os quais na maioria das vezes ocorriam com recursos não declarados às autoridades brasileiras, o Opportunity Fund possibilitava a lavagem dos recursos". A PF apurou que o grupo de Dantas mantinha uma grande preocupação "com a revelação dos nomes dos cotistas do fundo offshore". Essa preocupação, afirma o relatório, teve início há cerca de oito anos, quando foram instauradas as primeiras apurações oficiais.

Com um dos alvos da Satiagraha, a PF recolheu um documento em que são relacionadas todas as tentativas de autoridades em obter informações acerca dos investidores do fundo. Trata-se de planilha minuciosa que registra iniciativas de deputados e de um senador, além de rastreamento de procuradores da República.

O criminalista Andrei Schmidt, que defende Dantas, afirmou que o fundo "sempre operou dentro das regras impostas para todo o mercado". O advogado disse que "não medirá esforços" para demonstrar no novo inquérito da PF que "o Opportunity Fund atua dentro da estrita legalidade". "Toda a atividade do Opportunity sempre foi fiscalizada por CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Banco Central e Receita, jamais houve qualquer confirmação, de parte destes órgãos, das práticas apontadas como ilícitas pela autoridade policial."

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