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Ministério do Turismo

Novo ministro garante que vai ser “independente” de Sarney

Aliado do presidente do Senado, Gastão Vieira disse que padrinho político nunca lhe impôs nada. Ele ainda rebateu a acusação de que não entende nada do ramo turístico

Dilma abraça o novo ministro do Turismo, Gastão Vieira. Ambos são observados por José Sarney (esq.). Presidente do Senado é “padrinho” de Vieira | Pedro Ladeira/AFP
Dilma abraça o novo ministro do Turismo, Gastão Vieira. Ambos são observados por José Sarney (esq.). Presidente do Senado é “padrinho” de Vieira (Foto: Pedro Ladeira/AFP)

O novo ministro do Turismo, Gastão Vieira, passou o primeiro dia após ter sido escolhido para o cargo tendo de dar explicações sobre sua inexperiência em as­­­suntos relacionados à pasta e sobre suas ligações com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele revelou ainda qual foi o principal pedido que recebeu da presidente Dilma Rousseff: priorizar os projetos destinados à recepção dos turistas que devem vir ao Brasil para a Copa do Mundo de 2014. "[A presidente] pediu que eu cuidasse prioritariamente do evento da Copa", disse ele.

Vieira também negou que a escolha de seu nome para o cargo tenha relação com sua ligação com Sarney. E disse que será independente do senador. "Abso­­lutamente, não. Eu sou ligado à família Sarney há muito tempo, e o Sarney nunca me impôs que eu fizesse nada ou deixasse de fazer", afirmou Vieira, que é deputado federal pelo PMDB do Maranhão – assim como o ex-ministro Pedro Novais, demitido após uma sucessão de denúncias de mau uso do dinheiro público.

Oficialmente, o PMDB tentou passar ao público a imagem de que Vieira, por ser deputado federal, seria uma indicação dos parlamentares da Câmara. Mas o primeiro dia dele como novo ministro tratou de demonstrar o contrário. Vieira transitou ontem ao lado de Sarney pelo Fórum Na­­cional do PMDB, em Brasília, e encontrou-se com Dilma ciceroneado pelo presidente do Senado.

O preferido do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), para ser o novo ministro do Turismo era o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). Castro ontem demonstrou o racha interno do partido e atribuiu a escolha de Vieira à cota de "representação maranhense" no ministério. Disse ainda acreditar que a influên­­cia de Sarney teve peso na escolha.

Genérico, não

O novo ministro também rebateu ontem as críticas de que não tem qualquer experiência na área do turismo. Em entrevista à rádio Estadão ESPN, o peemedebista disse que não é "um ministro genérico". "Com cinco mandatos [de deputado federal], eu sou, de certa forma, uma pessoa com muita atividade política. Fui secretário no meu estado três vezes (...). Absolutamente não me considero um ministro genérico. Pelo contrário, sou uma pessoa que se preparou ao longo da vida para enfrentar desafios", disse ele.

Apesar disso, Vieira admitiu que precisará de orientação de técnicos da área para tomar decisões. "Você trabalha com bons assessores. Há uma equipe técnica no Ministério do Turismo que é elogiada por todos. Você ser ministro e governar é tomar a melhor decisão para o país. E, portanto, vou me valer, nesse início, da experiência acumulada [dos técnicos]."

Vieira também aproveitou suas primeiras declarações públicas para reclamar do orçamento do ministério que vai comandar. "O orçamento do Turismo, tenho informação parcial, foi extremamente contingenciado, foi bastante reduzido. A tarefa do novo ministro será certamente buscar mais recursos para recompor o orçamento", disse ele.

Evasivo

O novo ministro foi evasivo sobre as denúncias de corrupção que atingiram o Turismo recentemente. "Se há problema de corrupção, está sendo apurado pelos órgãos competentes, e a recomendação dos órgãos será claramente adotada pelo ministro", afirmou. "Não tomei posse sequer. (...) Eu ainda não sou mi­­nistro, continuo deputado."

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