O governador Roberto Requião (PMDB) já definiu quem será o novo presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás) no lugar de Rubico Camargo, que pediu demissão do cargo na semana passada. O escolhido é o empresário catarinense Luis Carlos Meinerte, amigo pessoal de Requião e também do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).
Meinerte esteve no Paraná na terça-feira e foi convidado oficialmente pelo governador durante reunião no Palácio Iguaçu. Rubico Camargo também esteve presente para repassar algumas explicações sobre os projetos em andamento desenvolvidos pela Compagás.
Além de ser um nome de confiança de Requião, Meinerte foi indicado pela experiência na área. A Compagás é uma empresa de economia mista que funciona desde 1995 e é responsável pela distribuição do gás canalizado para o Paraná. O salário do presidente da empresa é de R$ 20 mil mensais.
Desde o início do mandato, o cargo vinha sendo ocupado através de indicações políticas. A expectativa era de que o novo presidente fosse selecionado entre os partidos que fazem parte da base aliada do governo, mas Requião preferiu optar por um técnico de outro estado e sem ligações partidárias no Paraná.
Rubico Camargo foi indicado pelo PPS, mas se afastou do governo depois que o presidente estadual Rubens Bueno e os deputados estaduais protestaram contra a filiação de prefeitos do PPS no PMDB. Eles acusaram o governo de pressionar prefeitos para ingressar na legenda em troca da liberação de recursos para os municípios. A direção do PMDB nega qualquer tipo de cooptação e argumenta que os prefeitos estão procurando o partido porque a administração estadual está apresentando resultados positivos.
Secretário geral do PPS no Paraná, Rubico Camargo decidiu pedir demissão para reforçar a postura de independência que o partido anunciou adotar. A bancada estadual, formada pelos deputados estaduais Marcos Isfer, Arlete Caramês, Ratinho Jr. e Waldyr Leite votam favorável a maioria dos projetos do governo na Assembléia Legislativa, mas prometem assumir uma linha mais crítica.
O novo presidente da Compagás vai administrar uma estrutura com cerca de 280 quilômetros de rede de distribuição, abrangendo sete municípios do Estado: Curitiba, Campo Largo, Balsa Nova, Araucária, Palmeira, Ponta Grossa e São José dos Pinhais. Além de indústrias, atende postos de combustível e estabelecimentos comerciais, como academias de natação e hotéis.
Com a utilização do combustível, a Compagás calcula que as empresas de Curitiba e região metropolitana deixarão de lançar na atmosfera 2,9 mil toneladas de ácido sulfuroso por ano e deixarão de ser produzir 48 toneladas da fumaça preta ou fuligem, que são prejudiciais ao sistema respiratório.
