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Governo federal

O difícil quebra-cabeça ministerial de Dilma

Presidente precisa contemplar aliados, levar adiante projetos e acalmar mercados com a troca de ministros até o fim do ano

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Passada a eleição mais acirrada desde a redemocratização do país, a presidente Dilma Rousseff começa a enfrentar um novo desafio: montar um complicado quebra-cabeças e formar uma nova equipe de ministros para seu segundo mandato. Dilma terá de conciliar as necessidades do país a agendas do governo e também abrir espaço para aliados que apoiaram sua reeleição. Segundo fontes ligadas ao Palácio do Planalto, a presidente não deverá anunciar a reforma ministerial antes do fim de novembro.

INFOGRÁFICO: Veja os nomes que aparecem com força para a formação da nova equipe de ministros

Desde já, alguns nomes ganham força. O petista Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, é visto como um bom articulador – característica que pode levá-lo às Relações Institucionais ou à Casa Civil, já que a tendência é de acirramento nas relações entre o governo e o Congresso. Wagner saiu com moral das eleições: depois de dois mandatos como governador, elegeu seu sucessor, Rui Costa (PT), no primeiro turno. Além disso, no segundo turno, Dilma obteve 70% dos votos válidos no estado, resultado considerado fundamental para a reeleição.

Outros petistas que devem ocupar postos-chave no segundo mandato de Dilma são Aloizio Mercadante e Ricardo Berzoini, que já estão no governo. Berzoini é o atual ministro das Relações Institucionais, mas nos bastidores especula-se que ele poderá ocupar a pasta das Comunicações. Sua principal atribuição seria levar adianta a regulamentação da mídia, uma das bandeiras do PT. Mercadante, economista por formação, pode rumar da Casa Civil para a Fazenda ou o Planejamento.

"São nomes fortes dentro do PT e com um bom trânsito entre os demais partidos", comenta um petista que prefere não se identificar. "Podem aparecer alguns nomes de estados que foram fundamentais para a vitória da Dilma, como Minas Gerais. Eu apostaria que alguém de Minas será contemplado."

"PT de Londrina"

Os paranaenses que estão no governo podem deixar o Planalto ou ser remanejados. Ligado ao ex-presidente Lula e interlocutor dos movimentos sociais, o secretário geral da Presidência, Gilberto Carvalho, é visto como uma "sombra" de Dilma e pode se transferir para o Instituto Lula. Outro com futuro incerto é o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Ele é do chamado "PT de Londrina", grupo que teve o nome de um de seus integrantes, o deputado federal André Vargas, ligado ao do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal. Vargas se desfilou do partido. A senadora Gleisi Hoffmann, esposa de Bernardo e que deixou a Casa Civil neste ano para concorrer ao governo do Paraná, já adiantou que deverá permanecer no Senado.

Outro petista avalia que Dilma não deverá ceder às pressões para definir logo a equipe. "Pelo que conheço da Dilma, depois de quatro anos de governo, acho que antes do fim de novembro não sai nada. Ela trabalha com um grupo muito discreto", comenta. O petista aposta em um nome: Juca Ferreira, atualmente secretário municipal de Cultura de São Paulo, deverá voltar ao Ministério da Cultura. "O Juca ajudou muito na campanha", diz. Ferreira foi ministro da Cultura no segundo mandato de Lula e neste ano ajudou a escrever o programa de governo de Dilma.

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