
Palco de conflitos políticos e decisões que traçaram os rumos da história do Paraná, o Palácio Iguaçu, sede do Executivo estadual, abre as portas para visitação pública a partir de hoje, em comemoração aos 60 anos de inauguração do prédio. O edifício, de quase 16 mil m², foi projetado pelo engenheiro e arquiteto paranaense David Azambuja e construído durante a gestão de Bento Munhoz da Rocha Neto (1951-1955). O Palácio é considerado um símbolo da integração e da modernização cultural do Paraná, pois sua inauguração, em 19 de dezembro de 1954, marca também a criação do bairro Centro Cívico, em Curitiba, que abriga edificações dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. O modelo teria inspirado o futuro presidente da República Juscelino Kubitschek a construir Brasília. Reinaugurado em 2012, depois de cinco anos de restauro, o Palácio ainda guarda em suas paredes e salões as marcas da história. Nas visitas, que serão acompanhadas de monitores, o público poderá conhecer o acervo artístico e cultural conservado no local. Confira o roteiro de visitação:
Confira imagens e vídeo do roteiro do palácio
Registros históricos na parte externa
O roteiro começa já na parede externa à esquerda do Palácio, onde está instalado um painel (foto 1) do artista plástico Poty Lazzarotto. O mural "Paraná" mede 6,50 m x 17,30 m e registra as origens do estado, em diversos momentos da história e as perspectivas do seu desenvolvimento. A obra, pichada durante os protestos de junho de 2013, teve de ser restaurada para receber as visitas. A área externa do edifício também abriga duas grandes bandeiras hasteadas: a do Brasil e a do Paraná. Os fundos do Palácio abrigam um mapa do Paraná (foto 2) feito pelo artista Miguel Roger. A estrutura de concreto esculpida no piso e em alto relevo reproduz os aspectos geológicos e geográficos do estado em diferentes cores. O mapa contém os três planaltos do estado, a Serra do Mar e o Litoral.
A escada das debutantes
Já no hall de entrada do edifício estão expostos os bustos de Dom Pedro I, de Getúlio Vargas e do Barão do Rio Branco, este o maior dos três. Do lado esquerdo à entrada está o saguão que já abrigou festas de debutantes nas décadas de 1950 e 1960 a escada de mármore (foto 3) era usada para a apresentação das moças para a sociedade na época. O pé direito e a ampla fachada de vidro realçam o ambiente decorado por um mural do artista Humberto Cozzo, de 1953. Construída em arenito, a obra representa os diversos ciclos econômicos e produtivos do Paraná. No local também está disposta a exposição Por Terra A Construção do Paraná, organizada por alunos e professores do curso de História: Memória e Imagem, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Capela abençoada pelo Papa
Ainda no térreo está a capela do Palácio (foto 4 ), inaugurada em 1955, onde ocorrem missas semanais. No local, há um quadro e uma foto que retratam a visita do Papa João Paulo II ao estado, em 1980. O pontífice também abençoou a capela na ocasião. No segundo andar, as visitas se concentram nos grandes salões. No Petit Comitè estão expostas as tapeçarias da artista plástica curitibana Ida Hanneman de Campos. O salão de Inverno, projetado para recitais, reuniões informais e ocasiões festivas, abriga a tapeçaria Sol do Meu Sol, da musicista e poetisa portuguesa Concessa Colaço, e a obra Cataratas do Iguaçu, de 1920, do artista brasileiro Antônio Parreiras. Por enquanto, porém, os visitantes não poderão conferir os painéis do artista alemão Johann Moritz Rugendas, que costumam ficar no local, mas estão em restauro.
Uma sala com muito a contar
Se as paredes do Salão dos Governadores (foto 5) tivessem ouvidos, teriam muitas histórias para contar. Utilizado para reuniões e assinaturas de convênios, o local expõe uma galeria de pinturas de todos os governadores paranaenses que cumpriram mandato desde a Proclamação da República, em 1889 começando por Francisco José Cardoso Júnior e terminando em Orlando Pessuti, que deixou o cargo em 2010. Conforme manda a tradição, Beto Richa (PSDB) só deve incluir seu retrato na galeria quando deixar o governo.
Um local reservado
No terceiro andar está o gabinete do governador (foto 6), decorado pelo arquiteto paranaense Jaime Bernardo. Os visitantes, porém, só poderão conferir o local da porta de entrada, por motivos de segurança. Além de objetos pessoais de Beto Richa, como fotos de família, uma coleção de carrinhos e capacetes de corrida, o local é cercado de obras de arte, como a tela As Lavadeiras, de Alfredo Andersen.
Salão para visitas presidenciais
No salão de Atos estão o painel Homem na Lavoura, de 1959, de Poty Lazzarotto, e a obra em óleo sobre tela Chegada de Zacarias de Góes e Vasconcelos, do pintor paranaense Arthur Nísio. Hoje, o lugar é utilizado para reuniões e também para almoços, jantares e coquetéis. O salão Nobre (foto 7), reservado para cerimônias de posse e visitas presidenciais, abriga mobiliário em estilo Luiz XV e Luiz XVI e diversos objetos de arte. A instalação da Província do Paraná, em 1853, é tema da pintura em óleo sobre tela que fica no espaço central do salão. A obra, assinada pelo morretense Theodoro de Bona em 1953 em comemoração aos cem anos de emancipação política do estado , tem 3,34 m por 8,02 m. O local também é decorado por lustres e espelhos laminados em ouro e cristal.

























