
Não é só a população que fica prejudicada com a falta de mão de obra do Ministério Público. Os promotores também sofrem com a carga excessiva de trabalho. A promotoria de Colombo, na Grande Curitiba, por exemplo, conta hoje com quatro membros, para uma população de 233 mil pessoas (o dado populacional é de 2007; atualmente, o número é estimado em 241 mil). Além disso, quando um deles está de férias, sobrecarrega os outros colegas.
"O volume de trabalho é exorbitante", declara a promotora de Justiça Vera Lúcia Pitta. A promotoria de Colombo tem hoje 23,6 mil ações cíveis em andamento e outras duas mil criminais. No dia a dia, além de acompanhar as audiências no fórum, os promotores precisam atender às pessoas que procuram o MP pelos mais diversos motivos: necessidade de um medicamento, reclamações ou denúncias contra o poder público e divergências familiares, por exemplo. Para Vera Lúcia, a procura é grande porque a população acredita na instituição.
A situação do Ministério Público em Colombo era ainda pior. Até o fim de 2005, existiam apenas dois promotores na cidade. A 3ª e a 4ª promotoria foram criadas, respectivamente, em 2006 e 2008. "Sou promotora há 13 anos. A população da cidade explodiu, assim como a criminalidade. Mas nenhum órgão público conseguiu dar conta desse crescimento. Nem a prefeitura, nem o governo estadual, nem o Ministério Público." Para Vera Lúcia, é fundamental melhorar o atendimento na região metropolitana. "O cidadão de Colombo não é de segunda classe." (RF)



