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Itaquerão durante a Copa de 2014: Odebrecht cuida do contrato de gestão do estádio. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Itaquerão durante a Copa de 2014: Odebrecht cuida do contrato de gestão do estádio.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, a Arena Corinthians pode estar envolvida no esquema de pagamento de propina da construtora Odebrecht. Outras obras – como o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e o Canal do Sertão, em Alagoas – também foram citadas pelos investigadores e procuradores da força-tarefa da Lava Jato, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (22) em Curitiba.

Segundo os investigadores, os rastros de repasses ilegais apareceram em planilhas apreendidas que indicam o envolvimento da diretoria da Odebrecht, que cuida da gestão do contrato com o Itaquerão, como é conhecido o estádio do Corinthians. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que ainda está em análise inicial a lista dos destinatários dos pagamentos. O delegado Márcio Anselmo, da Polícia Federal, citou ainda planilhas onde aparecem os nomes do Canal do Sertão e do Porto Maravilha.

Nesta fase, disseram os investigadores, o único estádio que apareceu foi o do Corinthians. Segundo ele, há indicativos de pagamentos de propina em outros estádios da Copa, segundo “indicativos de delações que ainda estão em andamento”.

Os investigadores contaram que ainda estão analisando os dados para saber com precisão os envolvidos.

Outro lado

O deputado federal pelo PT de São Paulo e ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, afirmou nesta terça-feira (22), que o clube é “vítima” da Operação Lava Jato. O 1.º vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão, foi apontado como suspeito de ter recebido R$ 500 mil em propinas da Odebrecht durante as obras do Itaquerão - estádio do alvinegro paulista. “Não é verdade que houve propina na Arena Corinthians, para mim ou quem quer que seja. O Corinthians é vítima”, disse Andrés.

O estádio do Corinthians custou R$ 1,1 bilhão. Desde o ano passado, o clube tem pago parcelas mensais de R$ 5 milhões referentes ao financiamento feito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante as obras. Um fundo é responsável por gerir toda a arrecadação de bilheteria e comercialização de produtos do estádio e fazer esse pagamento.

O nome de André Negão apareceu na planilha de contabilidade secreta de propinas da Odebrecht, sob o codinome “Timão” ao lado da palavra “Alface”. A planilha foi apreendida na casa da secretária dos altos executivos da empreiteira, Maria Lucia Tavares.

André Negão foi preso em flagrante pela Lava Jato por posse ilegal de armas, na manhã desta terça-feira, em sua casa.

Por meio de nota, o Corinthians informou que irá apurar quaisquer irregularidades ou desvios de conduta na construção da arena. “O que for justo e correto, sempre será a busca do Corinthians, em respeito ao seu torcedor e ao Brasil”, diz um trecho do comunicado.

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