Motoristas e cobradores de ônibus da capital ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado a partir de meia-noite caso não tenham uma resposta das empresas para o pagamento do salário de fevereiro, que deveria ter sido pago até esta segunda-feira. Na madrugada desta terça-feira, eles ficaram de braços cruzados entre meia-noite e 6h, prejudicando pelo menos 1,3 milhão de passageiros.
Veículos de 11 empresas ficaram parados. Quando começaram a circular, os terminais estavam lotados. Houve congestionamento de ônibus na entrada de terminais porque eles seguiram todos ao mesmo tempo para os pontos de partida. O paulistano teve dificuldade para tomar um ônibus até por volta das 9h e muita gente chegou atrasada no trabalho porque eles passavam lotados nos pontos.
O presidente do sindicato da categoria, Hisao Hosogi, afirma que os trabalhadores não podem ficar sem receber por causa do impasse nas negociações entre a Prefeitura e as empresas de ônibus, que reivindicam aumento nos repasses de verba e querem rescindir contratos.
- Não posso ficar no meio de uma bola dividida. Queremos receber os salários, o trabalhador tem aluguel para pagar e família para sustentar - afirma Hosogi.
A diretoria do sindicato deve realizar uma assembléia de trabalhadores no início da noite para decidir uma nova paralisação, agora por tempo indeterminado.
O secretário dos Transportes, Frederico Bussinger, afirmou que a Prefeitura está aberta para negociar com as empresas e que o pagamento dos trabalhadores não faz parte da mesma negociação.
- Os motoristas são funcionários das empresas. As regras são as previstas pela Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT . Gerir a mão-de-obra faz parte de outro contrato e não é atribuição da Prefeitura, é única e exclusiva das empresas - disse ele.
As empresas argumentam que não estão recebendo o repasse da Prefeitura de São Paulo, por isso não pagaram os funcionários. A SPTrans nega.
No total, pararam 23 mil motoristas em 18 garagens nesta madrugada. No terminal Capelinha, os ônibus chegaram todos de uma vez e teve congestionamento para entrar. O mesmo ocorreu nas imediações do Largo de Pinheiros, na zona oeste, e do Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, zona sul. Na Avenida Adolfo Pinheiro, em Santo Amaro, os pontos ficaram tão lotados que as pessoas tomaram a faixa da direita da via, atrapalhando também o trânsito dos automóveis.
Os ônibus saíram lotados dos terminais e deixaram na mão quem esperava nos pontos ao longo do trajeto. Algumas pessoas ficaram à espera de ônibus por mais de duas horas.



