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Sucessão presidencial

Oposição a Dilma sai na frente na “guerra das máquinas”

Candidatos oposicionistas à Presidência devem ter o apoio de governadores de estados onde vivem 59,4% dos eleitores. Mas isso não é garantia de voto

Sérgio Cabral é o principal governador a apoiar Dilma | Ueslei Marcelino/Reuters
Sérgio Cabral é o principal governador a apoiar Dilma (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Aécio Neves terá a seu lado Alckmin, governador paulista |

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Aécio Neves terá a seu lado Alckmin, governador paulista

A "guerra das máquinas públicas" será uma realidade na eleição presidencial deste ano. Pouco mais da metade do eleitorado do país (59,4%) vive nos 14 estados governados por partidos que irão lançar ou apoiar candidatos de oposição ao governo federal (PSDB, PSB e DEM). Já a presidente Dilma Rousseff (PT) deve contar com o apoio de 13 governadores, que comandam unidades da federação com 40,4% do eleitores brasileiros. Os outros 0,2% dos eleitores residem no exterior. Entretanto, as particularidades do cenário político de cada estado podem influir nessa correlação de forças – e isso vale para os dois lados.

INFOGRÁFICO: Veja as intenções de voto por estado

Apesar de governar apenas oito estados, menos de 30% das unidades da federação, os estados sob o comando do PSDB concentram 47% do eleitorado nacional. A legenda governa os dois maiores colégios eleitorais do país – São Paulo e Minas Gerais – e também estados importantes como Paraná, Pará e Goiás. Isso não significa, entretanto, uma adesão total da máquina pública desses estados à campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Em primeiro lugar, há as divergências no próprio partido. Parte dos tucanos paulistas, por exemplo, é alinhada ao ex-governador paulista José Serra (PSDB), principal adversário interno de Aécio. Mas o que mais pode pesar contra Aécio são as alianças do PSDB em cada estado. Um bom exemplo é o Paraná: a base de apoio do governador Beto Richa (PSDB) conta com o apoio de partidos alinhados nacionalmente à presidente Dilma (PMDB, PSC e PSD) ou ao pré-candidato ao Planalto pelo PSB, Eduardo Campos (o próprio PSB e o PPS). É provável que parte dos apoiadores de Richa faça campanha pelo voto "dilmicha" nas eleições – ou seja, peçam votos tanto para o tucano quanto para a petista. O mesmo pode ocorrer com Campos. Já os aliados do governo federal contam com 13 governadores filiados ao PT, PMDB, PSD e Pros. Apesar de comandar alguns colégios eleitorais importantes – Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul –, grande parte dos "estados governistas" tem peso pequeno nas eleições nacionais. É o caso do Acre, Sergipe e Mato Grosso do Sul.

Nos estados governistas, a amplitude das alianças é um problema. É o caso do Rio de Janeiro. O PMDB, partido do governador Sérgio Cabral, e o PT romperam no estado, já que ambos querem lançar candidatos próprios. Em outros estados, como Amazonas e Santa Catarina, a presidente tem o apoio do governador, mas não de boa parte de sua base aliada.

Governo ou oposição?

O PSB, de Eduardo Campos e Marina Silva, governa bem menos estados do que seus adversários – apenas cinco, que concentram pouco mais de 10% da população do país. Em um passado recente, o partido era da base do governo federal e ajudou Dilma a se eleger presidente em 2010. Essa confusão pode ser prejudicial para a dupla.

Dois governadores da legenda, Camilo Capiberibe (PB) e Renato Casagrande (ES), defenderam em 2013 que o partido se mantivesse no governo e, por consequência, apoiasse a reeleição de Dilma. Mas, ao continuarem na legenda, os dois deram um sinal de lealdade a Campos – ao contrário do governador do Ceará, Cid Gomes, que deixou a legenda para ingressar no Pros e prosseguir na base de Dilma.

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