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A Polícia Federal considera que já tem todas as informações necessárias sobre a origem dos dólares apreendidos no caso "dossiê Serra" e negou estar escondendo informações, como acusaram líderes da oposição nesta quinta-feira.

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), coordenador da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), reuniram-se com o presidente do BC, Henrique Meirelles, e outros membros da diretoria do banco.

Saíram da reunião afirmando que Meirelles teria informado que a PF ainda não requisitou ajuda do BC para rastrear o montante apreendido equivalente a 1,7 milhão de reais (em dólares e em reais) que seria usado na compra de informações contra políticos tucanos.

"Eu considero estranhíssimo que a Polícia Federal não tenha, até hoje, pedido ao Banco Central ajuda para solucionarmos este caso, o que me leva a crer que a PF já sabe sobre a origem do dinheiro e está sendo constrangida a esconder até as eleições", afirmou Tasso a jornalistas após a reunião.

O diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, argumentou que buscar informações no BC neste momento é irrelevante. Disse que a PF já tem todas as informações necessárias, com base no que foi passado por autoridades norte-americanas, para rastrear o dinheiro.

"O que a PF podia colher no BC, o Coaf já colheu e encaminhou à PF", acrescentou. "Os dois parlamentares estão fazendo campanha. Se eles têm alguma informação sobre a investigação, que digam o que é que eles sabem que a PF ainda não sabe."

Em comunicado enviado à imprensa, o BC informou que o presidente da autoridade monetária explicou aos senadores que a instituição não mantém registro de número de série de cédulas negociadas em operações de compra e venda de moeda estrangeira em espécie por parte de instituições autorizadas a operar câmbio no país.

"Meirelles explicou aos senadores que, como o BC não mantém registro de número de série, essa informação poderia ser buscada em outras instituições, inclusive no exterior", diz o comunicado.

Ainda de acordo com o BC, os senadores foram informados que as instituições financeiras registram no Sistema de Informações (Sisbacen) as operações de compra e venda de moeda estrangeira, pelo montante da operação, com nome do comprador e vendedor.

Este é mais um capítulo da guerra eleitoral entre a oposição e o governo. Nos bastidores, os parlamentares admitem que não será possível conhecer a origem dos recursos antes de 1o de outubro, mas fazem todos os movimentos políticos para marcar posição antes do primeiro turno.

"O presidente do Banco Central nos informou que nunca foi solicitado nada, nem pela Polícia Federal nem pelo Ministério da Justiça, e que não tem condições de afirmar hoje se os dólares são legais ou ilegais", disse Tasso. "Eu acuso a Polícia Federal e o ministro da Justiça de esconderem o que sabem para depois das eleições", acrescentou.

A assessoria do Ministério da Justiça disse que a atuação da polícia é "impessoal, sem proteger nem perseguir ninguém".

O comunicado do BC acrescenta que as investigações da Polícia Federal junto a instituições que fazem operações de compra e venda de dólares garantem acesso a mais informações do que as disponíveis no BC.

"Os contratos das operações de câmbio ficam arquivados naquelas instituições, enquanto o Sisbacen mantém somente registros dessas operações, dos quais não constam número de série de cédulas", explica o Banco Central.

Nesta semana, a PF informou que parte do montante em dólares entrou no país legalmente por meio do banco Sofisa. A polícia investiga agora como e para quem o dinheiro foi distribuído no país. A PF já conseguiu autorização da Justiça para ter acesso a transações do Sofisa com casas de câmbio.

O BC explicou também que os senadores foram informados que dados sobre as operações de compra e venda de moeda estrangeira registradas pelas instituições financeiras são protegidos por sigilo bancário.

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