
Ao participar da abertura do I Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a oposição, sobretudo o PSDB, que tem defendido a tese do impeachment ou a renúncia de sua afilhada política, a presidente Dilma Rousseff. “A oposição deveria criar vergonha e deixar a Dilma governar este país”, afirmou Lula.
Num discurso de cerca de meia hora, no qual disse que as gestões petistas ajudaram a reduzir as diferenças sociais no País, Lula afirmou que essa é a razão “do ódio que está instalado neste momento no país”. E culpou a oposição pelo que considera um clima de “baixo astral e baixa autoestima” que vem tomando conta do país. “A oposição fez a autoestima do povo ficar em baixa.”
“Perdi três eleições neste país, voltava pra casa e, como dizia Brizola [ex-governador do Rio Leonel Brizola], ia lamber as minhas feridas. Eles governavam com a maior tranquilidade. Agora, eles perderam a quarta eleição e não se conformam. Em vez de esperar a quinta, não saíram do palanque. Eles deveriam criar vergonha e deixar a Dilma governar este país”, disse Lula em seu discurso.
Sair do gabinete
Apesar de defender sua afilhada política, o ex-presidente Lula voltou a cobrar que Dilma saia do gabinete, “com ar-condicionado” de Brasília, para ir às ruas. “Quando as coisas não estão indo muito bem, não tem remédio senão ir ao encontro do povo”, disse. E continuou: “Se eu pudesse convencer a Dilma, ela iria ao congresso da CUT [cuja abertura será na noite de hoje] e ao congresso do MPA.”
Lula disse que, quando se é governo ou dirigente, “é preciso ir ao encontro do povo para receber oxigênio novo, para ganhar nova motivação e sentido para governar”. E lembrou que foi exatamente para atender essa parcela da população que ele criou o PT. Lula ironizou que no gabinete presidencial não entra notícia boa nem manchete de jornal favorável ao governo, daí a necessidade de ir às ruas, ao encontro do povo.



