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A oposição sinalizou na noite desta quarta-feira (30) que vai entrar com representação na Justiça Eleitoral contra a presidente Dilma Rousseff por propaganda política antecipada. Líderes do PSDB, do PSB e do DEM classificaram o "pacote de bondades" e a defesa da Petrobras apresentados pela petista em pronunciamento pelo 1º de Maio, em cadeia de rádio e televisão, como plataforma para a campanha nas eleições de outubro. Entre as medidas estão reajuste de 10% no Bolsa Família e correção na tabela do Imposto de Renda.

Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), o PT está privatizando e transformando em horário eleitoral os pronunciamentos oficiais da Presidência."O PT está privatizando os pronunciamentos e utilizando recursos públicos a favor de sua candidata. É o vale tudo eleitoral", disse.

Um dos principais interlocutores do presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE), o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), afirmou que a pauta apresentada por Dilma é uma antiga reivindicação da sociedade e que neste momento cheira a "lorota eleitoral". "As contas públicas desequilibradas do jeito que estão e a presidente fala neste momento nessa pauta só pode cheirar a lorota eleitoral. Essa agenda é uma antiga reivindicação da sociedade, mas é uma pena que o governo tenha caído nas pesquisas para ser tocado o que deixa em véspera de eleições todos nos perplexos porque está cheirando mais a interesse eleitoral", afirmou.

"O governo está muito preocupado com a queda da popularidade da presidente, isso os levou ao desespero e uso da máquina em seu favor", reforçou o líder do PSB, senador Rodrigo Rollemberg (DF).

Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), o PT tem repetido a estratégia de usar os pronunciamentos para fazer campanha antecipada, mas isso não tem surtido efeito. Ele afirmou que Dilma recorreu a esse mecanismo para anunciar a redução da tarifa de energia e dos juros, que também são vitrines eleitorais, mas que não se concretizaram. "Ela tem usado muito isso, afrontando a legislação eleitoral, mas isso não tem produzido resultado até porque a população percebe que as medidas não se concretizam.

Presidente do DEM, o senador José Agripino Maia (RN) disse que Dilma deve responder judicialmente pela prática de campanha eleitoral antecipada. "Os partidos não hesitarão em entrar com uma ação judicial. São atitudes típicas de caráter eleitoreiro, de eficácia inexistente a essa altura do campeonato para um governo que peca na falta de credibilidade da palavra", disse.

Petistas

Em defesa de Dilma, o senador Jorge Viana (PT-AC) negou que o pronunciamento da presidente tenha caráter eleitoreiro. Vice-presidente do Senado, Viana afirmou que Dilma apenas anunciou o aperfeiçoamento de programas que são adotados há mais de dez anos por governos do PT. "Não dá para questionar agora medidas que são adotadas há 11 anos. O nosso compromisso é com o social. A oposição deveria separar eleição de medidas de governo e elogiar o anúncio feito pela presidente", afirmou o petista.

"A oposição não consegue viabilizar suas candidaturas e que se escorar nas candidaturas dos outros", completou Viana.O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), negou que o governo use pronunciamentos para fazer campanha. Segundo ele, Dilma tem mobilizado a cadeia de rádio e televisão para tratar de temas importantes do país que já são tratados por sua gestão. Ele estava em um evento com o ex-presidente Lula e, por isso, não quis comentar o conteúdo do pronunciamento.

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