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Troca de comando

Oposição pede eleição para substituir Derosso

Licença do tucano vai durar seis meses. Oposicionistas alegam que lei prevê afastamento máximo de quatro meses. Requerimento deve ser votado na próxima semana

João Cláudio Derosso (PSDB), presidente licenciado da Câmara de Curitiba | Antônio More/ Gazeta do Povo
João Cláudio Derosso (PSDB), presidente licenciado da Câmara de Curitiba (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)
Sabino Picolo (DEM), presidente interino da Câmara de Curitiba: foi-se o plenário novo. |

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Sabino Picolo (DEM), presidente interino da Câmara de Curitiba: foi-se o plenário novo.

A bancada de oposição na Câmara de Curitiba pediu ontem o afastamento definitivo do vereador João Cláudio Derosso (PSDB) da presidência da Casa e a realização de eleição para escolha de um novo presidente para o Legislativo municipal. A votação do requerimento, no entanto, ficou para a semana que vem, já que o presidente interino da Casa, Sabino Picolo (DEM), disse que havia dúvidas sobre a legalidade do pedido. O requerimento dos oposicionistas foi encaminhado para o departamento jurídico da Câmara.

O argumento da oposição é que Derosso não poderia ficar mais de 120 dias (quatro meses) afastado de sua função sem perder o cargo de presidente. Os oposicionistas dizem que o entendimento se baseia na Lei Orgânica do Município. O texto, porém, não fala sobre o cargo de presidente: prevê apenas a perda de mandato para o vereador que se licenciar por mais de quatro meses. "O regimento é omisso em relação ao afastamento da presidência, mas acre­­ditamos que é possível fazer uma analogia, até para não criar priviégios", afirmou a vereadora Professora Josete (PT), uma das responsáveis pelo requerimento.

Derosso está licenciado da presidência da Câmara desde novembro do ano passado. Ele se afastou do cargo depois que o Ministério Público Estadual (MP) o denunciou à Justiça por suspeitas de irregularidades na gestão dos contratos de publicidade da Câmara. O vereador presidia a Casa havia 14 anos. À Justiça, o MP ainda havia solictado o afastamento de Derosso em caráter liminar. Mas ele se antecipou e pediu licença por 90 dias. O juiz Jaílton Juan Carlos Tontini disse que não julgaria o afastamento enquanto ele se mantivesse fora do cargo por iniciativa própria.

Na semana passada, quando estava prestes a se encerrar o primeiro período de afastamento, Derosso pediu a prorrogação de prazo por mais 90 dias (somando 180 dias, ou seis meses). A nova licença foi votada no último dia 15, e concedida por unanimidade. A oposição, porém, afirmou que não sabia o que estava votando, já que o requerimento havia sido colocado em meio a vários outros.

Adiamento

De acordo com Sabino Picolo, o departamento jurídico da Câmara terá de se pronunciar dentro de 48 horas sobre o pedido de afastamento definitivo de Derosso. "Como é um tema delicado e havia dúvidas, o melhor é consultar o jurídico para ter certeza sobre o procedimento que deve ser adotado", afirmou o Picolo. Derosso, por sua vez, disse ontem apenas que "está tranquilo" quanto ao requerimento por acreditar que fez tudo dentro do regimento.

A oposição informou saber que não tem votos para aprovar o pedido de uma nova eleição para a presidência da Casa, mas aposta que o melhor a fazer é manter o tema em evidência, até para causar desgaste nos aliados do Derosso, que não gostariam de ter de se manifestar sobre o assunto.

Dos 38 vereadores de Curitiba, apenas cinco fazem parte oficialmente da oposição: três do PT e dois do PMDB. Além deles, anunciaram que devem votar a favor do afastamento definitivo de Derosso os vereadores Paulo Salamuni, do PV, e Zé Maria, do PPS. A vereadora Renata Bueno (PPS), que costuma votar com a oposição neste tema, está em viagem à Itália.

Líder da bancada do PSDB, o vereador Emerson Prado afirmou ontem que Derosso agiu dentro do que o regimento permite. "Mas acreditamos que, depois dessa nova prorrogação [da licença de Derosso], é preciso tomar uma decisão final sobre se ele volta ou não à presidência."

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A Câmara de Curitiba deveria escolher um novo presidente? Por quê?

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