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Oposição quer apurar denúncias de fraude na Petrobras

O senador Eunício Oliveira é dono de 50% da Manchester | Geraldo Magela/Agência Senado
O senador Eunício Oliveira é dono de 50% da Manchester (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Brasília - A oposição pedirá que a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República investiguem os contratos da Petrobras com a empresa Manchester Serviços Ltda. O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) é dono de 50% da companhia, mas está afastado de sua direção. Reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo relata indícios de fraude em uma licitação da estatal vencida pela Manchester avaliada em R$ 300 milhões. A Manchester assinou ainda contratos de R$ 57 milhões com a Petrobras sem licitação.

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), pedirá por meio de ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal entre no caso. "É preciso que haja investigação sobre essas denúncias e punição severa, se comprovadas as irregularidades. A Petrobras é um patrimônio do cidadão e não um feudo de um grupo ou de outro que quer tirar vantagem da coisa pública."

Rubens Bueno, líder do PPS na Câmara, anunciou que o partido vai procurar o Ministério Público. O PPS vai pedir à Procuradoria-Geral da República que abra uma investigação. "Temos que acabar de uma vez por todas com essa prática criminosa envolvendo dinheiro público, fraudes e negócios particulares de políticos. A frouxidão do governo do PT nos últimos anos levou a essa situação." A oposição pedirá também que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça auditoria nos contratos e tentarão aprovar em comissões da Câmara convites para que o presidente da Petro­bras, José Sérgio Gabrielli, dê explicações sobre o tema.

De acordo com a reportagem, o diretor comercial da Manchester, José Wilson de Lima, esteve no prédio da Seebla Serviços de Engenharia um dia antes da abertura das propostas enviadas para a disputa na Petrobras. Documentos revelam que Lima esteve no prédio da Seebla, concorrente da Manchester, em 30 de março, em dois momentos. A reportagem dizque o objetivo da visita era exigir da Seebla que aceitasse um acordo.

A reportagem sugere, com base na declaração de um "diretor de outra empresa envolvida, que pediu para não ser identificado", que a Manchester ofereceria R$ 6 milhões a empresas concorrentes em troca de "cobertura" na licitação. No dia seguinte, a Seebla apresentou proposta de R$ 235 milhões; a Manchester, R$ 299 milhões. Apesar do valor acima dos concorrentes, a Manchester venceu a disputa, feita por meio eletrônico.

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