
Brasília - Dificuldades "logísticas" e "partidárias" atrapalham a pré-campanha para o governo do estado do senador Osmar Dias (PDT). Ao mesmo tempo em que desmentiu a desistência, ele admitiu ontem que os dois problemas prejudicam a candidatura. Até agora, o pedetista não conseguiu formalizar nenhuma aliança com algum partido grande.
"Quando disputaram a eleição contra mim, PT e PMDB se uniram. Agora que seria para me apoiar estão separados", disse. Sem acordo com pelo menos um dos dois principais partidos da base aliada ao governo Lula, a situação de Osmar fica cada vez mais fragilizada.
"Para fazer uma campanha preciso ter uma estrutura partidária e uma estrutura logística. Estou com dificuldade para formar as duas." Sozinho, o PDT tem direito a apenas 1 minuto e 29 segundos diários de propaganda eleitoral, contra 4 minutos e 10 segundos do PSDB, do ex-prefeito de Curitiba e principal adversário na disputa pelo Palácio Iguaçu, Beto Richa.
O PMDB do governador e também pré-candidato Orlando Pessuti tem a maior fatia, 5 minutos e 50 segundos, seguido pelo PT, com 5 minutos e 23 segundos. Por enquanto, Osmar só tem negociações que considera "firmes" com o PR, PSC e o PCdoB, que juntos não chegam a 2 minutos. "O problema é declarar e está tudo certo num dia e no outro o dirigente do partido vai lá e muda tudo."
A indecisão refere-se a partidos como o PP, presidido no estado pelo deputado federal Ricardo Barros. Pré-candidato ao Senado, Barros chegou a articular uma aliança entre os partidos da base governista até o final do ano passado, mas desistiu. A tendência é que o PP anuncie o apoio a Beto Richa nos próximos dias.
"Continuo como candidato [a governador] e continuo buscando uma aliança. Eu tinha uma aliança até 2008, mas parece que o PDT é o único partido que continua nela", criticou Osmar. Hoje ele conversa com o presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, um dos responsáveis pelo antigo grupo de legendas citado pelo senador.
Críticas a Dilma
Após desistir das negociações com o PT, no mês passado, Osmar admitiu que tem sido mais assediado pelo PSDB. Ele confirmou que foi convidado pelo pré-candidato tucano a presidente, José Serra, para disputar a reeleição ao Senado na chapa de Beto Richa e que negou a proposta. "Eu só penso em uma opção [ser candidato a governador] porque se pensar em outra desmobilizo todos os meus companheiros."
Osmar não declarou qual é o presidenciável de sua preferência, Serra ou Dilma Rousseff (PT), mas criticou a petista. "Eu acho que um candidato tem que respeitar a Constituição. Há pouco tempo a Dilma se negou a assinar um manifesto em defesa da propriedade privada e acho que ela vai precisar rever essa posição."
Por outro lado, disse que é amigo de Serra há muito tempo, mas que preferia não ser precipitado ao declarar qual deles é o melhor candidato. "Tenho que esperar um pouco mais para responder essa pergunta. Por enquanto, só posso dizer que conheço muito o Serra e muito pouco a Dilma."



