Quase 90% dos alunos aprovam a oferta de preservativos na escola feita pelo Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). Entre os pais, a aceitação é de 63%. Apenas 5,1% dos alunos, 6,7% dos professores e 12,0% dos pais acham que essa "não é função da escola". Dos 102 mil alunos que participaram da pesquisa "Saúde e Prevenção: cenários para a cultura de prevenção nas escolas", 44,7% têm vida sexual ativa. O estudo foi feito em 135 escolas de 14 estados diferentes entre maio e julho de 2005.
A maioria dos estudantes diz usar camisinha. Entre os alunos entrevistados, 60,9% afirmaram ter usado camisinha na primeira relação sexual e 69,7% na última relação. Um dos principais motivos alegados pelos estudantes para não usar camisinha é não ter o preservativo na hora da relação. Outra alegação foi a falta de dinheiro para comprar o preservativo, feita por 9,7% dos alunos.
De acordo com a pesquisa, 56% dos pais entrevistados afirmaram "ter intensificado o diálogo com os filhos e ampliado a discussão e as informações sobre prevenção".
Ainda de acordo com a pesquisa, os adolescentes e jovens estão mais informados e conscientes e acham que temas ligados à sexualidade passaram a ser tratados "com mais naturalidade, sem mitos, sem brincadeiras".
Os entrevistados acham que houve redução nos preconceitos, tabus e discriminação em relação aos portadores do vírus HIV e aos indivíduos de diferentes orientações sexuais. Na opinião dos pesquisadores, os estudantes demonstraram mais interesse em participar das atividades e desprendimento na busca por esclarecimentos e pelo preservativo.
Para que os preservativos estejam disponíveis para os alunos, é preciso que a escola participe do SPE, e tenha atividades educativas relacionadas a um projeto pedagógico que inclui cursos, oficinas, palestras sobre saúde sexual e saúde reprodutiva e quando há consenso dos pais, alunos, professores e direção.
O Projeto Escolas foi criado em 1995 pelo governo federal e promove ações relacionadas às doenças sexualmente transmissíveis e Aids em escolas. Em 2003, surgiu o projeto Saúde e Prevenção nas Escolas com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade dos jovens e adolescentes às DSTs, à infecção pelo HIV, à Aids e gravidez precoce, como resposta a estudos que mostram a exposição da população com idades entre 13 e 19 anos a todos esses eventos.



