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Para o professor de Sociologia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas do Manckenzie Rogério Baptistini é “bem provável” que o presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) seja cassado. “Mas, em política, tudo é possível, sobretudo num sistema político como o nosso em que todos os atores estão comprometidos com algum tipo de falta de transparência e corrupção”, considera. Entretanto, o especialista é pessimista em relação aos efeitos da longa duração do processo contra o peemedebista e às consequências da sua cassação, já que, até que seja votado em plenário, o peemedebista deve “utilizar como instrumento de defesa chantagens contra seus pares e membros do governo”. “Essa estratégia acaba sendo ruim para a sociedade como um todo”, observa.

Baptistini acredita que a “queda” sistemática de atores políticos, como Cunha, está fazendo com que o Congresso e o governo interino fiquem paralisados, enquanto que deveriam estar dando respostas para a sociedade. “Isso demonstra que estamos com sistema político colapsado, que não funciona mais para dar resposta à sociedade, mas apenas para atuar nos pequenos interesses”, aponta.

O professor avalia ainda que, em curto prazo, não há solução para a retomada das engrenagens do Legislativo e Executivo, o que pode gerar um efeito ainda mais temeroso para a sociedade. “A busca por transparência e por solução para a corrupção é apreciada, mas não se faz política sem políticos. Com esse colapso e o naufrágio dos atuais atores políticos, pode-se abrir um espaço para oportunistas”, diz.

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