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Câmara federal

Para conter racha, governo tenta negociar com aliados

Palácio do Planalto pede a deputados uma lista com propostas prioritárias para votação até o fim do ano. Objetivo é evitar a “pauta bomba”

Mercadante com Henrique Alves: Planalto quer evitar a votação da “pauta bomba” que impactaria nas contas do governo | Laycer Tomaz/ Câmara dos Deputados/Arquivo
Mercadante com Henrique Alves: Planalto quer evitar a votação da “pauta bomba” que impactaria nas contas do governo (Foto: Laycer Tomaz/ Câmara dos Deputados/Arquivo)

Na tentativa de conter a ameaça de rebelião em sua base na Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto pediu que os deputados apresentem uma lista com projetos prioritários para votação até o fim do ano. O recado foi transmitido ontem pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) ao presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), em encontro no Palácio. A ideia do governo é abrir uma negociação com os aliados.

O governo teme que, diante de insatisfações entre seus apoiadores, a chamada "pauta bomba", com propostas de impacto fiscal, avance no Congresso. "Foi uma conversa institucional, muito respeitosa como sempre. O ministro Mercadante foi dessa Casa, sabe muito bem as demandas e pressões desta Casa, entende bem as demandas do Legislativo", afirmou o peemedebista.

"A preocupação que ele revelou foi com as questões fiscais que preocupam muito em votações que venham, portanto, comprometer, e colocou apenas, como ponderação, um pedido para que pudéssemos informar quais seriam as pautas que essa Casa gostaria de votar. Fiquei de remeter alguns pleitos que estão aqui, apenas isso", completou.

Aos municípios

Alves disse que não cometerá "nenhum ato de irresponsabilidade neste momento", mas apontou entre as propostas com preferência na pauta de votações, matérias como o aumento dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios, além das chamadas emendas impositivas, que obriga o governo a pagar verbas do orçamento destinada por congressistas a seus redutos políticos.

"Certamente, [o aumento do FPM] entrará porque a situação dos municípios hoje é dramática, insustentável porque receberam muitas demandas, muitas obrigações, contrapartidas e estão sem orçamento, sem autonomia", disse Alves.

Decreto

Na quarta-feira, após ver seu decreto que sistematiza os conselhos populares ser derrubado pelos deputados, a presidente Dilma Rousseff telefonou para o peemedebista e pediu que não colocasse mais nenhuma proposta polêmica em votação nesta semana. O gesto da petista conseguiu interromper a votação da quarta-feira.

Reeleita com margem apertada no domingo, a presidente tenta conter o aumento da temperatura política que indica uma rebelião que reúne aliados insatisfeitos, grupos de pressão e uma oposição que promete "enfrentamento".

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