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Para londrinense, vereadores devem fiscalizar o prefeito

Eleitor de Londrina tem mais consciência do que o curitibano sobre a função da Câmara

Plenário da Câmara de Londrina: eleitor da cidade não conhece o trabalho e não sabe citar nomes dos vereadores | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Plenário da Câmara de Londrina: eleitor da cidade não conhece o trabalho e não sabe citar nomes dos vereadores (Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

Influenciada pelas notícias de corrupção no poder público, a população de Londrina entende que a principal função da Câmara de Vereadores é fiscalizar a prefeitura e o chefe do Executivo. Essa é a conclusão do levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, realizado entre os dias 12 e 15 de maio, com 402 londrinenses. Na pesquisa, 58,21% apontaram a vigilância e a fiscalização como tarefas primordiais dos vereadores. O resultado é diferente do apontado em pesquisa semelhante realizada em Curitiba no mês de março. Apenas 27% dos curitibanos acham que fiscalizar é função do Legislativo municipal. Na capital, 59% dos entrevistados indicaram que a principal tarefa dos vereadores é levar recursos aos bairros que representam.

"Em Londrina, a avalanche política coloca a prefeitura no alvo. Em Curitiba, é a Câmara que atrai mais as atenções", diz Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, apontando a diferença entre as denúncias contra João Cláudio Derosso, ex-presidente da Câmara de Curitiba, e a investigação que implica os principais assessores do prefeito de Londrina, Barbosa Neto. "A crise bateu mais na prefeitura de Londrina", diz. "E a cobrança é para que a Câmara tome providências."

Segundo a pesquisa, para os londrinenses atender à demanda da base eleitoral também é algo relevante– ficou com 47,26% das respostas. Apenas 13,93% declararam que cabe aos vereadores o trabalho de elaborar leis. A doação de cadeiras de rodas, óculos e a viabilização de exames médicos não foram esquecidas: 24,13% dos londrinenses acham que o assistencialismo é trabalho de vereador. Os índices são semelhantes ao que disseram os curitibanos: 13% e 29% , respectivamente. Uma parte importante do eleitorado de Londrina também vê a Câmara como elo para fazer chegar demandas à prefeitura – 44% indicaram que os vereadores devem atuar como porta-vozes da comunidade.

Embora 54,48% afirmem conhecer a função real de um vereador, quase metade dos entrevistados (45,5%) ignora as atribuições do cargo. Professor de filosofia e ética da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Elve Cenci afirma que os resultados devem servir de reflexão para o parlamentar londrinense, sobretudo porque 48,5% das pessoas abordadas na pesquisa não souberam citar o nome de nenhum dos 19 vereadores da cidade. "É um desafio que se impõe para o Legislativo: informar a população sobre suas tarefas." Cenci lembra ainda que informar o eleitor sobre as principais funções dos vereadores – fazer leis e fiscalizar – é um caminho "pantonoso": "Eles teriam que apontar a ilicitude das práticas eleitoreiras que desde sempre dominaram o Legislativo, inclusive em Londrina, e passar a fazer que é correto".

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