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Paraná vira rota da eleição na Câmara dos Deputados

Eduardo Cunha, favorito na disputa, volta hoje a Curitiba para buscar o apoio de Richa. Outros dois concorrentes também visitaram o estado

Cunha e Richa: governador tem laços com o peemedebista, que faz hoje a segunda visita ao Paraná | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Cunha e Richa: governador tem laços com o peemedebista, que faz hoje a segunda visita ao Paraná (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)
O governador e Chinaglia: candidato do PT tenta atrair o apoio do PSDB paranaense para a eleição |

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O governador e Chinaglia: candidato do PT tenta atrair o apoio do PSDB paranaense para a eleição

Delgado e Richa: o deputado do PSB tem o apoio formal do PSDB |

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Delgado e Richa: o deputado do PSB tem o apoio formal do PSDB

Favorito na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) começa a reta final da campanha em Curitiba. Às 17 horas, ele se encontra com o governador Beto Richa (PSDB) para tentar arrancar uma declaração de apoio formal do tucano. Em dezembro, já havia escolhido a capital paranaense para abrir o roteiro de viagens pelo país. E, na ocasião, visitou Richa.

Nesse intervalo, os dois principais adversários de Cunha – Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) – também passaram pela cidade e se encontraram com o governador tucano.

Importância

A importância dada ao Paraná na disputa de 2015 é inédita e segue dois fundamentos estratégicos. O primeiro é a percepção de que as seis principais bancadas estaduais serão decisivas para fechar a eleição ainda no 1.º turno. O segundo é que as principais lideranças locais – Richa e o prefeito Gustavo Fruet (PDT) – teriam condições de pressionar aliados.

Com 30 cadeiras na Câmara, o Paraná fecha o grupo de seis maiores bancadas do país. Os deputados paranaenses – junto com os de São Paulo (70), Minas Gerais (53), Rio de Janeiro (47), Bahia (39) e Rio Grande do Sul (31) – somam com folga a maioria de 257 votos necessários para eleger o presidente da Casa. "Além da força do Paraná que todo Brasil conhece, o Beto Richa se consolidou como uma liderança nacional das mais importantes depois da forma como conquistou a reeleição", diz Delgado.

Partidos que estiveram na coligação de Richa elegeram 19 deputados no Paraná. O que não quer dizer, porém, que todos vão seguir as instruções do governador. E, até o momento, a posição oficial dele tem sido de neutralidade.

Proximidade

Formalmente, o PSDB apoia Delgado. Mas Richa teria laços mais estreitos e antigos com Cunha. Fontes próximas ao governador confirmam que o parlamentar carioca articulou um canal de diálogo entre o governo do estado e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello.

O ministro concedeu no ano passado uma decisão liminar que destravou empréstimos de cerca de R$ 3 bilhões negociados por Richa e que estavam emperrados na Secretaria do Tesouro Nacional. Outro nome que uniria os dois é o do ex-deputado estadual Tony Garcia. Procurado pela reportagem, Garcia negou participação na campanha de Cunha, mas admitiu a relação com o peemedebista.

Se o apoio de Richa se traduzir em votos, o deputado federal João Arruda (PMDB) estima que Cunha pode chegar a 22 votos. "Seria muito importante para a construção de uma vitória no 1.º turno. Mas não acredito que o Beto vai dizer claramente que desceu do muro", diz Arruda.

Ainda assim, a conta dependeria de várias "traições", como a dos dois paranaenses do PSB de Delgado: Luciano Ducci e Leopoldo Meyer. "Beto pode ter o posicionamento dele, mas eu voto no Delgado", garante Ducci.

Apesar de o PMDB ser o principal parceiro da coligação da presidente Dilma Rousseff, Cunha é visto quase como um candidato de oposição ao PT. Mais moderado, Delgado é visto como alternativa para os petistas para uma possibilidade de derrota "menos dura" no 2.º turno.

Voto secreto embaralha prognóstico do resultado

Uma modificação de última hora impediu que a emenda constitucional que instituiu o voto aberto para cassações de mandato, aprovada em 2013, fosse estendida para as eleições das mesas diretoras da Câmara e Senado, no próximo domingo. A manutenção do sigilo prejudica prognósticos e deve estimular traições na votação marcada para o próximo domingo.

"Difícil prever alguma coisa. Todo mundo pode falar que vota em alguém e depois mudar", diz o deputado Rubens Bueno (PPS). Além disso, há o jogo de interesses de cada parlamentar. "Claro que tem gente fazendo campanha agora querendo algo em troca depois, como alguma posição em uma comissão importante ou a relatoria de um projeto importante. Faz parte do jogo", relata o paranaense.

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